Conselho de Ética apurou denúncias contra Carlos Cachoeira e Demóstenes — Rádio Senado

Conselho de Ética apurou denúncias contra Carlos Cachoeira e Demóstenes

LOC: EM ABRIL DESTE ANO O CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO FOI ACIONADO POR UMA REPRESENTAÇÃO DO PSOL CONTRA O SENADOR DEMÓSTENES TORRES. O PROCESSO DISCIPLINAR CONTRA O SENADOR DEMÓSTENES TORRES SE PROLONGOU POR DOIS MESES E MEIO. 

LOC: O COLEGIADO TRABALHOU NA APURAÇÃO DAS DENÚNCIAS DO SUPOSTO ENVOLVIMENTO DE DEMÓSTENES COM O EMPRESÁRIO CARLOS AUGUSTO RAMOS, O CARLINHOS CACHOEIRA. VOCÊ ACOMPANHA AGORA COMO FOI A DISCUSSÃO DO ASSUNTO NO COLEGIADO. REPÓRTER PATRÍCIA NOVAES:

(Repórter) No dia 10 de abril o presidente do Conselho de Ética, senador Antônio Carlos Valadares, do PSB de Sergipe, acatou a representação do PSOL e determinou o prazo de dez dias para a defesa de Demóstenes. O líder do partido, senador Randolfe Rodrigues avaliou na ocasião que não havia outra alternativa diante de tudo que vinha sendo divulgado desde a prisão de Cachoeira, no final de fevereiro, acusado de comandar uma quadrilha que explorava o jogo ilegal em Goiás. 

(Randolfe Rodrigues) Não existia, aliás, alternativa ao que estava sendo exigido pela sociedade e pela opinião pública, que era o acatamento da denúncia contra o senador Demóstenes. Agora o próprio senador Demóstenes terá o tempo e o espaço institucional adequado para apresentar a sua defesa, que é o procedimento que será instaurado no Conselho de Ética.

(Repórter) Dois dias depois, como determina o Regimento Interno da Casa, foi escolhido por sorteio o relator, senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco. Ele aceitou a missão depois da recusa de cinco senadores. Demóstenes Torres participou da reunião e adiantou que iria se defender naquela que considerava a instância competente para o julgamento. 

(Demóstenes Torres) Aqui eu quero me defender no mérito. Eu quero provar a minha inocência no mérito. Até agora não tive oportunidade de me defender. E o foro competente é esse. Eu o farei e provarei que sou inocente.

(Repórter) No dia 3 de maio, Humberto Costa recomendou a abertura de processo disciplinar contra Demóstenes Torres. Uma das alegações para a recomendação era de que Demóstenes havia mentido ao afirmar que sempre se opôs aos jogos ilegais. Uma semana depois o Conselho aprovou por unanimidade a recomendação feita por Humberto Costa. Em 15 de maio os delegados da Polícia Federal responsáveis pelas Operações Vegas e Monte Carlo, Raul Alexandre Marques Souza e Matheus Mella Rodrigues foram ouvidos no Conselho. Os depoimentos dos dois delegados foram os únicos dos seis aprovados. As duas pessoas indicadas pela defesa de Demóstenes assim como os procuradores Daniel Salgado e Leia Batista não vieram mas enviaram ofício com explicações para a ausência. O relator avaliou que os depoimentos dos delegados e os documentos que o Conselho compartilhou com a CPI que analisa o assunto eram suficientes para a elaboração de seu relatório. No final de maio, depois de três meses de silêncio Demóstenes Torres foi ouvido pelo Conselho de Ética. Em uma sessão de quase seis horas o senador fez um discurso emocionado, negou ter usado o mandato para favorecer Carlos Cachoeira, lembrou os projetos apresentados e relatados por ele e pediu para ser julgado pelo que fez e não pelo que disse que faria.

(Demóstenes Torres) Eu peço a Vossas Excelências para ser julgado pelo que eu fiz não sobre o que eu falei que eu iria fazer. Como diria Ismael Silva na década de 30: nem tudo que se diz se faz e isso é uma verdade incontestável. 

(Repórter) No início de junho o Conselho negou o pedido da defesa de Demóstenes para realização de perícia nas gravações feitas pela Polícia Federal. Para a relatoria o pedido tinha como objetivo adiar uma decisão sobre o caso. Humberto Costa lembrou ainda que a decisão no Conselho não exigia provas tão rigorosas e que os elementos colhidos até aquele momento eram suficient
18/07/2012, 05h37 - ATUALIZADO EM 18/07/2012, 05h37
Duração de áudio: 05:45
Ao vivo
00:0000:00