Debate entre relatores e defesa de Demóstenes marca sessão — Rádio Senado

Debate entre relatores e defesa de Demóstenes marca sessão

LOC: DE UM LADO, DEMÓSTENES TORRES E SEU ADVOGADO; DO OUTRO, OS RELATORES DO PROCESSO DE CASSAÇÃO. 

LOC: O DEBATE ENTRE AS DUAS PARTES MARCOU A SESSÃO DO SENADO QUE DETERMINOU A PERDA DO MANDATO DO SENADOR GOIANO. A REPORTAGEM É DE ADRIANO FARIA: 

TÉC: Quem abriu o debate foi o relator do processo disciplinar contra Demóstenes Torres no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco. Ele afirmou que o acusado usou o mandato para defender os interesses de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Segundo o relator, Demóstenes, quando presidiu a Comissão de Constituição e Justiça, engavetou por dois anos um projeto que torna crime a exploração de jogos de azar. 

(HUMBERTO) O parlamentar precisa atuar impessoalmente, defender o interesse público, buscar o bem comum e evitar a sedução pelo interesse privado e a exploração do cargo para obter privilégio. Quem julga, senador, somos nós, mas quem condena Vossa Excelência é o seu passado. 

(REPÓRTER) Já o senador Pedro Taques, do PDT de Mato Grosso, foi o relator, na Comissão de Constituição e Justiça, da análise dos procedimentos adotados pelo Conselho de Ética no processo contra Demóstenes Torres. Taques elogiou a atuação do Conselho e afirmou que foram respeitados os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. 

(TAQUES) Em todos os momentos, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar se preocupou em interpretar as normas da forma mais favorável ao representado, nunca, repito, nunca negando a palavra a ele ou ao seu procurador, mesmo quando os dispositivos regimentais não previam essa possibilidade de forma expressa. 

(REPÓRTER) O advogado de Demóstenes Torres, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que o cliente dele foi vítima de três anos de escutas telefônicas ilegais. E que as gravações estão sendo questionadas no Supremo Tribunal Federal. 

(KAKAY) Nunca pediria a Vossa Excelências que esperasse qualquer subserviência ao Supremo Tribunal, mas porque julgo, e pedi a reflexão de Vossas Excelências que, quando ganharmos no Supremo, e eu tenho convicção que ganharei, seria necessário pensar: é ético cassar um senador da República, eleito com mais de dois milhões de votos, baseado em prova ilegal? (REPÓRTER) Mostrando aos senadores um aparelho de telefone celular com rádio, Demóstenes Torres afirmou que estava sendo condenado sem provas. 

(DEMÓSTENES 2) O meu advogado aqui não é essa figura brilhante, um dos melhores advogados do Brasil; o meu advogado é esse rádio que eu utilizei. Não foram gravadas 250 mil horas? Em que momento aparece a minha voz, pedindo dinheiro, pedindo propina, cometendo ilegalidades? É o maior advogado que eu tenho, esse rádio! 

(REPÓRTER) Outros seis senadores ocuparam a tribuna do Senado na sessão que decidiu pela perda do mandato de Demóstenes Torres: Mário Couto, do PSDB do Pará; Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul; Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo; João Capiberibe, do PSB do Amapá; o presidente do Conselho de Ética, Antonio Carlos Valadares, do PSB de Sergipe; e o senador pelo Amapá Randolfe Rodrigues, do PSOL, partido que foi o autor da representação contra Demóstenes por quebra de decoro parlamentar.
11/07/2012, 03h00 - ATUALIZADO EM 11/07/2012, 03h00
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