Pesquisa da USP mostra que cresce apoio da população à violência policial — Rádio Senado

Pesquisa da USP mostra que cresce apoio da população à violência policial

LOC: UMA PESQUISA DA USP MOSTRA QUE CRESCEU O APOIO DA POPULAÇÃO AO USO DA VIOLÊNCIA POR PARTE DA POLÍCIA.  

LOC: A SONDAGEM MOSTRA TAMBÉM QUE UM TERÇO DOS BRASILEIROS CONCORDAM COM A PRÁTICA DE ALGUNS CRIMES DE VINGANÇA, TAIS COMO A MORTE DE ESTUPRADORES POR FAMILIARES DAS VÍTIMAS. CONFIRA NA REPORTAGEM DE SERGIO VIEIRA. 

TEC: Quase a metade dos brasileiros, 47,5%, apóia que os suspeitos de crime sejam torturados em busca de provas pela Polícia. Este número está apontado na mais recente pesquisa do "Núcleo de Estudos sobre a Violência", da Universidade de São Paulo. Foram consultados mais de 4.000 brasileiros de todas as regiões do país. Esta pesquisa mostra que o apoio à violência e à tortura por parte da Polícia cresceu de 1999 até hoje. Em 1999 28,8% dos brasileiros apoiavam as práticas de tortura da Polícia, número que hoje atingiu 47,5%. A pesquisa mostra também que um terço dos consultados concorda com métodos como bater nos suspeitos, dar choques elétricos ou queimar partes do corpo, e também deixar a pessoa investigada sem comida e água. O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim do PT do Rio Grande do Sul, mostra que este tipo de coisa atinge hoje no Brasil apenas os pobres e os miseráveis. E ele deixa claro ser contra qualquer tipo de tortura. 

(PAULO PAIM): No Brasil a tortura é em prisões e operações policiais em favelas, e pegam principalmente os negros e as populações mais pobres. 

(REPÓRTER): Além da violência policial, a pesquisa mostra que 44,86% dos entrevistados concordam que um pai mate o estuprador da própria filha. Também cresceu o apoio da população para que a Polícia atire contra suspeitos durante operações mesmo que estejam desarmados: em 1999 87,9% eram contra esta prática, mas o número caiu para 68,6%. E também cresceu a porcentagem dos que apóiam que a Polícia atire contra suspeitos armados: eram 45,4% em 1999, e hoje são 62%.
08/06/2012, 12h20 - ATUALIZADO EM 08/06/2012, 12h20
Duração de áudio: 02:02
Ao vivo
00:0000:00