CRE debate ingresso do Brasil no Conselho de Segurança da ONU — Rádio Senado

CRE debate ingresso do Brasil no Conselho de Segurança da ONU

LOC: A COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL PROMOVEU, NESTA SEGUNDA-FEIRA, MAIS UMA AUDIÊNCIA DO CICLO DE DEBATES SOBRE OS RUMOS DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA. 

LOC: A DISCUSSÃO FOI EM TORNO DOS ACORDOS BILATERAIS, A ATUAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS, O INGRESSO NO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU, E AINDA PARCERIAS E OPORTUNIDADES NA EUROPA, ESTADOS UNIDOS, CHINA E AMÉRICAS. REPÓRTER CELSO CAVALCANTI. 

TÉC: Primeiro a falar durante a audiência pública, o embaixador Roberto Abdenur alertou que, ao diversificar suas relações internacionais, o Brasil não deve menosprezar as oportunidades junto aos países mais desenvolvidos. 

(ROBERTO ABDENUR) Temos interesses diferenciados em relação às potências estabelecidas, mas nem por isso deixamos de nelas ter parceiros de estratégica relevância para nossos interesses. Não faz sentido comemorarmos o aumento de nossas vendas ao sul, se isso se faz ao preço de negligência por mercados como EUA, União Européia, Japão.  

(REPÓRTER) A opinião foi compartilhada por Thomaz Zanotto, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias de São Paulo, FIESP. 

(THOMAZ ZANOTO) Achamos fundamental a retomada desses acordos comerciais sobretudo com a União Europeia e EUA, cuja economia já está dando sinais de recuperação e apesar de todos os problemas EUA e Europa juntos são ainda os principais mercados do mundo.  

(REPÓRTER) Com relação ao desejo do Brasil de ocupar assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, o embaixador e ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia considera essa uma aspiração legítima, mas avalia que isso não deve acontecer no curto prazo. 

(LUIZ FELIPE) O Brasil não apenas tem toda a legitimidade em ter essa aspiração como é provavelmente o país que mais facilidade terá em ser admitido no momento em que as potências permanentes decidirem que vai se abrir a campanha da reforma do conselho de segurança da ONU, e no momento claramente creio que não ainda chegado esse momento.  

(REPÓRTER) O presidente da Comissão, senador Fernando Collor, do PTB de Alagoas, concorda que ainda deve demorar para o país ter um assento permanente no conselho de segurança da Onu, mas alerta que é preciso estar preparado para isso. 

(FERNANDO COLLOR) Pode demorar uma década ou mais, mas pelo menos estamos buscando e alertando aos nossos parceiros de que nós temos as credenciais necessárias para poder representar ali não somente aquilo que interessa ao Brasil mas sobretudo de um mundo em que se busque a paz.  

(REPÓRTER) Este foi o segundo painel do quinto ciclo de debates da Comissão de Relações Exteriores sobre os temas da agenda internacional, rumos da política externa brasileira 2011/2012.
24/04/2012, 08h29 - ATUALIZADO EM 24/04/2012, 08h29
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