70% dos brasileiros reclamam de má gestão dos recursos da Saúde — Rádio Senado

70% dos brasileiros reclamam de má gestão dos recursos da Saúde

LOC: PESQUISA DO DATASENADO REVELA QUE SETENTA POR CENTO DOS BRASILEIROS CONSIDERAM SUFICIENTE O DINHEIRO DESTINADO À SAÚDE PÚBLICA E QUE O PROBLEMA DO SETOR É A MÁ GESTÃO DESSES RECURSOS.

LOC: MENOS DE TRÊS POR CENTO DO TOTAL DE ENTREVISTADOS DISSERAM APOIAR A VOLTA DA CPMF. OS DETALHES DA PESQUISA, COM A REPÓRTER MARCELA DINIZ: 

(REPÓRTER) 70 por cento dos mil 290 cidadãos entrevistados pelo DataSenado disseram que a saúde pública no Brasil não precisa de mais dinheiro e, sim, de melhores gestores. Na opinião do senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, ex-ministro da Saúde, faltam os dois:

(Humberto Costa) Nós temos, realmente, um problema de gestão; não há uma definição de o quê fazer com os gestores que não cumpram com suas responsabilidades, daí porque nós estamos lutando para implantar aqui uma Lei de Responsabilidade Sanitária. Por outro lado, há também ausência de recursos. Os países que têm sistema universal geralmente o percentual do gasto público com saúde em relação ao gasto total está em torno de 70, 80%. No Brasil, do gasto total de saúde, só 45% é gasto público.

(REPÓRTER) A Pesquisa do DataSenado também mostrou que, dos 26 por cento que defendem mais dinheiro para a saúde pública, apenas 11 por cento admitem a volta da CPMF, a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras, extinta em 2008 e que tinha como principal destinação as ações de saúde. Se considerarmos o número total de entrevistados, o apoio à volta do chamado "imposto sobre o cheque" ficou restrito a 2,95% dos brasileiros consultados. O chefe do serviço de Pesquisa de Opinião do Senado, Valter Rosa da Silva Júnior, analisa os dados: 

(Valter Rosa) A opinião que a gente percebe da população é que criar esse imposto não seria uma solução porque ele já existiu e a saúde não melhorou com isso. Então, até essas pessoas que defendem um dinheiro extra, a maior parte delas defende que seja aumentado o imposto de cigarros e bebidas alcoólicas, que seriam produtos que, potencialmente, prejudicam a saúde de seus usuários. 

(REPÓRTER) A CPMF, Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras, foi criada em 1996 e começou a ser cobrada em janeiro do ano seguinte. O imposto incidia sobre transações bancárias e teve sua vigência prorrogada por três vezes. Quando o Senado rejeitou nova prorrogação, em 2007, o governo federal estimou uma perda de 40 bilhões de reais na arrecadação para a saúde.
28/03/2012, 08h33 - ATUALIZADO EM 28/03/2012, 08h33
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