CRE debate formas de minimizar efeitos da crise da União Europeia no Brasil — Rádio Senado

CRE debate formas de minimizar efeitos da crise da União Europeia no Brasil

LOC: A COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DEBATEU NA NOITE DESTA SEGUNDA-FEIRA A EVOLUÇÃO DA CRISE NA EUROPA. 

LOC: ESPECIALISTAS ALERTARAM PARA A NECESSIDADE DE O BRASIL ADOTAR MEDIDAS PARA REDUZIR O IMPACTO DESSA CRISE NA ECONOMIA NACIONAL. REPÓRTER NILO BAIRROS:  

TÉC: O cidadão comum europeu foi pego de surpresa com a crise e os governos não se prepararam para os efeitos do descompasso entre as pequenas e as grandes economias da região. Essas são algumas das conclusões dos debatedores que participaram da audiência na Comissão de Relações Exteriores. O professor Creomar Lima de Souza, da Universidade Católica de Brasília, lembrou que, antes da formação do bloco, os governos venderam à população a ideia de que a união de 17 países europeus formaria um cinturão que protegeria o continente, marcado por guerras históricas. Mas, como destacou outro professor, José Augusto Guilhon Albuquerque, da Unicamp, só a população européia foi penalizada, e não os agentes responsáveis pelas falhas de controle que resultaram na crise. Se o comportamento dos dirigentes europeus aproximou as opiniões dos especialistas, por outro lado os efeitos dessa crise sobre a economia mundial dividiram os integrantes da mesa. Para uns, o Brasil precisa mudar sua pauta de exportações, já que, no quadro atual, o país está cada vez mais refém da China, em razão da queda da demanda europeia. E, para a China, o Brasil exporta principalmente produtos básicos, como minérios e grãos. Mas, na opinião do professor Francisco Carlos Teixeira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, essa pauta de exportações não significa desindustrialização. E a prova disso, segundo ele, é a tecnologia industrial empregada nas lavouras brasileiras: 

(Francisco Teixeira) A agricultura brasileira demanda fortemente a indústria moto-mecânica brasileira, instalada aqui dentro. A indústria petroquímica, química fina, adubo, fertilizantes, que estão aqui no Brasil. A pesquisa, é da Embrapa, que está aqui dentro do Brasil. Se nós pararmos de vender soja, nós vamos ter desemprego industrial. 

(REPÓRTER) A senadora Ana Amélia Lemos, do PP gaúcho, concorda sobre a importância das commodities produzidas pelo Brasil, mas lembrou que a agroindústria nacional já esteve melhor e que a queda se deve ao custo Brasil e a outros fatores que abalam a competitividade: 

(Ana Amélia) No setor de máquinas, há cinco ou oito anos atrás o Brasil era o quinto maior produtor de máquinas no mundo, mas hoje é o 14º. 

(REPÓRTER) Outro convidado, o embaixador da França no Brasil, Yves Saint-Geours, explicou as medidas adotadas pela união européia para fortalecer os mecanismos de proteção da economia e do orçamento dos países membros. O ciclo de debates da Comissão de Relações Exteriores continua na próxima segunda-feira.
06/03/2012, 09h28 - ATUALIZADO EM 06/03/2012, 09h28
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