Comissão debate papel dos movimentos sociais na Conferência — Rádio Senado

Comissão debate papel dos movimentos sociais na Conferência

LOC: A SUBCOMISSÃO PERMANENTE DE ACOMPANHAMENTO DA “RIO MAIS VINTE”, VINCULADA À COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES, DEBATEU EM AUDIÊNCIA PÚBLICA, NESTA QUINTA-FEIRA, O PAPEL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NA CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE. 

LOC: O REPORTER CELSO CAVALCANTI ACOMPANHOU A REUNIÃO E TRAZ AS INFORMAÇÕES. 

(Repórter) A conferência Rio mais vinte vai reunir no Rio de Janeiro, em junho do ano que vem, chefes de estado de todo o mundo para discutir novos modelos de desenvolvimento com sustentabilidade ambiental. Durante a audiência pública no Senado, Moema Miranda, diretora do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, Ibase, ressaltou que o encontro acontece num momento em que vários países enfrentam uma profunda crise econômica, e que hoje não se pode discutir meio ambiente de forma separada da justiça social. 

(Moema Miranda) Estamos vivendo um conjunto de crises no mundo que mais do que uma crise alimentar, mais uma crise financeira, mais uma crise ambiental, se conforma como uma crise de civilização. Uma crise do padrão de produção e consumo que hoje é hegemônico e do qual de uma forma ou de outra todos nós participamos. E a questão hoje do que a gente chamou durante um tempo de ecologia está profundamente ligada à questão de justiça social. 

(Repórter) Para Nair Goulart, presidente adjunta da comissão sindical internacional, os movimentos sociais devem ter participação ativa na Rio mais 20. 

(Nair Goulart) É nossa obrigação como sociedade civil, como trabalhadores, como agentes sociais que somos, a gente tem que trabalhar para que, primeiro que a participação da sociedade civil seja a maior possível, que os mais diferentes atores sociais estejam presentes e que nesse processo até a Rio+20 a gente incorporar uma série de atores sociais para que a gente possa fazer essa reflexão. Esse modelo de desenvolvimento não nos interessa mais, está falido. 

(Repórter) E de acordo com Luiz Zarref, representante da Via Campesina, os trabalhadores rurais esperam que a Rio mais vinte apresente propostas efetivas para mudança do atual modelo de produção, o que segundo ele não aconteceu há vinte anos na conferência Rio 92. 

(Luiz Zarref) A Rio 92 foi um espaço de profundos debates, mas sem uma construção unitária final. Aliás nunca ocorreu uma conferência ambiental um final digamos feliz, um final consensual, porque na nossa análise evidentemente não interessa ao sistema capitalista ter modificações estruturais à sua forma de acumulação, que depende essencialmente da extração de riquezas da natureza e da extração da nossa força de trabalho. 

(Repórter) O senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal, presidente da subcomissão, ofereceu o apoio do colegiado para o debate dos movimentos sociais em torno da Rio mais vinte, que segundo ele não devem se encerrar em junho do ano que vem. 

(Cristovam Buarque) Eu quero oferecer para vocês todo o apoio que pudermos dar aqui para ajudar em articulações que vocês queiram fazer de agora até junho, para a partir daí construir um movimento permanente. Porque a grande reunião Rio + 20 não vai ser aquela que a gente vai ver em junho, vai ser a que vai começar em junho. 

(Repórter) Esta foi a última reunião deste ano da subcomissão de acompanhamento da conferência Rio mais 20 e do regime internacional sobre mudanças climáticas, que funciona vinculada à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.
08/12/2011, 08h13 - ATUALIZADO EM 08/12/2011, 08h13
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