Ex-ditador líbio Muammar Kadhafi foi morto pelos rebeldes nesta quinta — Rádio Senado

Ex-ditador líbio Muammar Kadhafi foi morto pelos rebeldes nesta quinta

LOC: O EX-DITADOR LÍBIO MUAMAR KADÁFI, FOI MORTO PELAS FORÇAS REBELDES NESTA QUINTA-FEIRA. A MORTE FOI CONFIRMADA PELO PREMIÊ DA LÍBIA, MAHMOUD JIBRIL.

LOC: O DESTINO DA LÍBIA NA NOVA FASE POLÍTICA FOI COMENTADO POR INTEGRANTES DA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DO SENADO FEDERAL E ESPECIALISTAS EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS. O REPÓRTER ROGÉRIO DY LA FUENTE TRAZ MAIS INFORMAÇÕES.

(REPÓRTER): Por quase 42 anos Khaddafi esteve no comando do país, e nesta quinta-feira pela manhã ele foi capturado ainda com vida, mas muito ferido, pelas forças rebeldes na cidade natal dele, Sirte. Kadhaffi é o terceiro chefe de Estado derrubado a partir do movimento que se chamou de Primavera Árabe. Antes do desfecho do conflito na Líbia, a onda de protestos em países no Oriente Médio e norte da África derrubou o presidente da Tunísia, Zine Ben Ali, e provocou a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, que estava há 30 anos no poder. Em pronunciamentos transmitidos pela TV estatal líbia, Kadhafi disse que só deixaria o país morto, "como um mártir", o que é questionado pela integrante da Comissão de Relações Exteriores senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul.
(ANA AMÉLIA): Porque o sofrimento imposto por ele a sua família àquele país eu acho que a sociedade Líbia que pode melhor do que nós, aqui no Brasil, tão distantes avaliar o efeito sobre isso. Mas acho que a história, por si, vai contar exatamente o passado e o presente de um país tão importante e que nós desejamos paz para a população. Desejo que a população encontre harmonia interna e que o derramamento de sangue seja cessado a partir desse episódio.
(REPÓRTER): O professor de Relações Internacionais da Unicamp, Mohamed Habib, que é egípcio, avalia que agora é momento de reconstrução da Líbia, mas que há riscos para a democracia.
(MOHAMED HABBIB): O país inteiro está praticamente destruído em termos de instituições. Não existe parlamento, não existe centros de poder para poderem resistir à nova fase que o país vai precisar construir daqui pra frente. O que poderia nos preocupar, vamos chamar assim: a consciência política da própria sociedade líbia, o preparo político do próprio povo líbio depois de 42 anos numa ditadura e antes disso numa monarquia.
(REPÓRTER): Diferentemente de outros países onde ocorreu a Primavera Árabe, na Líbia a dura repressão às manifestações provocou milhares de mortes, e a situação evoluiu para uma guerra civil, que depois teve participação internacional da OTAN. A expectativa agora é que os países ocidentais participem da reconstrução da Líbia.
20/10/2011, 06h08 - ATUALIZADO EM 20/10/2011, 06h08
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