Senadores e educadores temem fracasso do Plano Nacional de Educação
LOC: O SEGUNDO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CORRE O RISCO DE FRACASSAR, NA OPINIÃO DOS PROFISSIONAIS E DOS SENADORES DA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, QUE DISCUTIU O ASSUNTO.
LOC: CONFIRA MAIS INFORMAÇÕES NA REPORTAGEM DE SERGIO VIEIRA.
A Comissão de Educação discutiu o 2º "Plano Nacional de Educação", a proposta do governo que ainda está na Câmara, mas que se for aprovada lá virá para o Senado. E os profissionais e senadores que, por enquanto, têm se debruçado sobre o Plano apontam muitas inconsistências e incoerências na proposta. Por exemplo, a senadora Marinor Brito, do PSOL do Pará, lembra que o Plano tem o objetivo de acabar com o analfabetismo no Brasil. Mas que contraditoriamente o Plano ainda não prevê nenhum dinheiro para que se atinja este objetivo. (MARINOR BRITO): Eu queria ouvir a opinião dos educadores que aqui estão, se é possível erradicar o analfabetismo no país tendo valor zero de financiamento. (REP): E não é só para acabar com o analfabetismo que os profissionais e senadores vêem inconsistências. O professor Carlos Sanches, que é coordenador da ONG Campanha Nacional pelo Direito à Educação, afirma que o objetivo de que metade das escolas públicas já dêem o ensino em tempo integral em 2020 não tem como ser atingido, com os recursos que estão sendo previstos. (CARLOS SANCHES): Nós não vamos conseguir oferecer educação em tempo integral com um percentual apenas de 30% a mais do que é previsto hoje no FUNDEB, e com o tamanho do dinheiro atual. Não dá, não tem como, isto é muito claro. Então é preciso sim dinheiro novo (REP): O objetivo estratégico do 2º. "Plano Nacional de Educação" é aumentar os investimentos no setor dos atuais 4,5% para 7% ao ano do PIB do país. Mas os profissionais afirmam que para atingir os próprios objetivos que estão sendo traçados pelo governo, os recursos teriam que chegar a 10% do PIB.