Jornalistas denunciam falta de segurança no exercício da profissão — Rádio Senado

Jornalistas denunciam falta de segurança no exercício da profissão

LOC: JORNALISTAS DENUNCIARAM À COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO FALTA DE SEGURANÇA NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO. LOC: FOI NESTA TERÇA-FEIRA, EM AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA COMEMORAR O DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA. A REPORTAGEM É DE ADRIANO FARIA: O repórter Corban Costa, da Rádio Nacional de Brasília, viveu momentos de terror quando esteve no Egito, em fevereiro deste ano, para cobrir a revolta popular que acabou derrubando a ditadura de Hosni Mubarak. Logo que chegou à capital, Cairo, Corban foi preso por policiais do regime de Mubarak. Com os olhos vendados, foi levado para um local isolado. (CORBAN) Nesse momento eu rezei. Falei: Aqui, acabou! Passa a vida pela sua cabeça, eu falei: Que pena que vai ser aqui longe de casa, enfim, se tiver que ser que seja... (REPÓRTER) Corban Costa ficou preso 18 horas numa delegacia no Cairo antes de ser deportado para o Brasil. Já o repórter fotográfico Victor Soares Filho não precisou ir tão longe para ser impedido de exercer sua atividade profissional. Quando tentava fotografar uma operação da Polícia Federal em Brasília, foi espancado por dois advogados ligados a uma quadrilha que emitia notas fiscais frias. Ele fez queixa na delegacia, mas até hoje os agressores não foram punidos. (VICTOR) Eu estou sob proteção policial de alguns amigos que são policiais federais, de alguns agentes da Polícia Civil, que tem acompanhando no dia a dia, quando eu venho para o Senado, eles me deixam aqui. (REPÓRTER) Casos como esses foram ouvidos pelos senadores da Comissão de Direitos Humanos, que promoveu uma audiência pública sobre a violência contra jornalistas. O debate ocorreu no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, instituído pela Unesco em 1997. O presidente da comissão, senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, disse que, apesar do progresso dos últimos anos, exercer o jornalismo continua sendo uma atividade de risco em muitas situações. Daí por que sugeriu a audiência pública. (PAIM) Fazer uma homenagem aos jornalistas presos, mortos, agredidos, processados e ao mesmo tempo festejar a importância da democracia e principalmente a liberdade de imprensa. (REPÓRTER) Os participantes do debate também discutiram medidas para garantir maior segurança aos profissionais da imprensa. Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, Susana Bless denunciou que a concorrência entre as emissoras de TV faz com que repórteres e cinegrafistas sejam colocados em situação de risco sem necessidade. (SUSANA) O jornalista pode ser vítima, mas ele pode ser menos vítima se as empresas forem mais responsáveis na distribuição de pautas e se cercarem de mais cuidados em relação ao que a gente vai cobrir na rua. (REPÓRTER) Segundo a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras, sediada em Paris, 145 jornalistas foram presos e 66 jornalistas foram mortos no exercício da profissão em todo o mundo no ano passado.
03/05/2011, 02h16 - ATUALIZADO EM 03/05/2011, 02h16
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