Presidente Dilma adia para 2012 compra de 36 caças para a FAB

LOC: A PRESIDENTE DILMA ROUSSEF ADIOU PARA 2012 A COMPRA DE 36 AVIÕES DE CAÇA PARA A FORÇA AÉREA BRASILEIRA. LOC: A INCERTEZA DA SITUAÇÃO FISCAL DO PAÍS E A DÚVIDA ENTRE A MELHOR PROPOSTA DOS TRÊS FORNECEDORES QUE SE HABILITARAM SÃO A JUSTIFICATIVA PARA O ADIAMENTO. LOC: NO SENADO FEDERAL A COMPRA, QUE SE ARRASTA HÁ MAIS DE DEZ ANOS, JÁ FOI INTENSAMENTE DISCUTIDA. A presidente Dilma Rousseff definiu, nesta quinta-feira, que a compra dos novos aviões de caça da Força Aérea Brasileira pode até ser decidida este ano, mas que qualquer gasto só será efetuado a partir de 2012. Com um corte em estudo no Orçamento que deve superar os 40 bilhões de reais e o trauma gerado pela tragédia no Rio de Janeiro, tornou-se politicamente difícil para o governo decidir por um negócio tão volumoso neste momento em que o discurso é de austeridade. A compra dos 36 aviões de combate não sairá por menos de 10 bilhões de reais segundo a menor proposta apresentada, que é da empresa sueca SAAB, o caça Gripen. A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal tem discutido a questão da compra dos caças há quase dez anos. Em uma das audiências públicas com os fornecedores, o senador Renato Casagrande, do PSB, atual governador do Espírito Santo, alertou para o Orçamento da área de Defesa. (Casagrande) O tema Defesa, sempre foi um tema debatido num plano secundário aqui no Congresso. Até porquê o Orçamento, também do Ministério da Defesa, sempre foi um Orçamento secundário. Com o passar do tempo e com esse programa do Governo, nós temos ciência de que o Orçamento vai ser ampliado, como tem sido ampliado nos últimos anos, é bom que a gente reconheça isso. Mas vai ser colocado num patamar superior. (ROGERIO) A presidente Dilma se reuniu à sós com o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito e comunicou posteriormente a decisão de adiar a compra. Ela quer ouvir setores fora do governo, principalmente a Embraer, e criar um grupo interministerial que examine a questão, reanalisando os argumentos da FAB, que são pró-Gripen sueco e do Ministério da Defesa, que são pró-Dassault Rafale, o caça francês. O terceiro concorrente é o F/A-18, da empresa Boeing, dos Estados Unidos. Nas discussões no Senado brasileiro, o senador Heráclito Fortes, do Democratas do Piauí, já havia proposto anteriormente um adiamento da compra e a adoção de uma decisão técnica. (Heráclito) O que nós temos que ter cuidado é com o processo da concorrência, é com a transparência, é com a lisura desta compra. Não pode passar à opinião pública nem nacional e nem internacional de que essa questão foi resolvida na base do amigo pra cá, amigo pra lá. Essa compra é pra um equipamento de duração de pelo menos 30 anos. (ROGERIO) Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação, no início do mês, o ministro da defesa, Nelson Jobim afirmou que o ciclo de vida útil dos atuais caças da FAB Mirage 2000 começa a vencer em 2016, e o dos modelos F-5, em 2020. Depois de definido o modelo, o processo de compra deve levar um ano.