Divulgado relatório de resgatados do trabalho escravo em 2010 — Rádio Senado

Divulgado relatório de resgatados do trabalho escravo em 2010

LOC: DUAS MIL E TREZENTAS PESSOAS FORAM RESGATADAS DO TRABALHO ESCRAVO EM TODO O PAÍS EM 2010. O BALANÇO FOI DIVULGADO NESTA SEMANA PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO. 

LOC: SENADORES TÊM OPINIÕES DIFERENTES SOBRE O RESULTADO DAS OPERAÇÕES CONTRA A EXPLORAÇÃO DE MÃO DE OBRA ESCRAVA. TÉC: Fiscais do Ministério do Trabalho fizeram, no ano passado, 112 operações de combate à exploração de mão de obra escrava. Em 245 estabelecimentos inspecionados, foram encontradas duas mil 327 pessoas em condições que o ministério considera semelhantes à escravidão: trabalho forçado, servidão por dívida, jornada extenuante e atividades degradantes. Com base nessas operações, o Ministério do Trabalho divulga a chamada ¿lista suja do trabalho escravo¿, que é uma relação de empregadores flagrados nesse tipo de crime. Dos 88 nomes que passaram a fazer parte da lista no segundo semestre de 2010, pelo menos 80 são de fazendeiros ou de empresas do setor agrícola. Isso não surpreendeu o senador José Nery, do PSOL do Pará e que fez parte da Subcomissão do Senado de Combate ao Trabalho Escravo. (NERY) Alguns setores teimam insistentemente em não reconhecer essa realidade. Tanto é que quando a gente fala com membros da chamada bancada ruralista no Congresso, a pergunta que vem é: `Mas onde é que existe trabalho escravo? Cadê o trabalho escravo?¿ Infelizmente taí a realidade demonstrada a cada ano. (REPÓRTER) Mas para o senador Valter Pereira, do PMDB de Mato Grosso do Sul e presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, algumas notificações de trabalho escravo podem, na verdade, ser infrações menores da legislação trabalhista. (VALTER) O trabalho escravo exige uma série de requisitos para configurá-lo. O que pode existir é uma inobservância da legislação trabalhista. Agora, o trabalho escravo mesmo eu não acredito que esteja presente em tantos lugares e em tantas propriedades do jeito que está se imaginando. (REPÓRTER) A ¿lista suja do trabalho escravo¿ tem 220 nomes de pessoas físicas e jurídicas. Quem está na lista sofre restrições para receber financiamentos de bancos públicos e privados. E mais de 140 empresas nacionais e estrangeiras assinaram compromisso para não adquirir produtos de fornecedores ligados ao trabalho escravo.
04/01/2011, 11h06 - ATUALIZADO EM 04/01/2011, 11h06
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