Sinal Verde: Censo 2022 mostra mobilidade urbana deficiente no Brasil — Rádio Senado
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Sinal Verde: Censo 2022 mostra mobilidade urbana deficiente no Brasil

O podcast Sinal Verde da Rádio Senado apresenta um panorama inédito da mobilidade urbana no Brasil, a partir dos dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE. Pela primeira vez, o levantamento coletou dados detalhados sobre as condições de mobilidade em que os brasileiros vivem, revelando um panorama complexo e desafiador. Descubra a realidade das ciclovias, a capacidade de circulação das vias e a presença de transporte coletivo em todo o país.

04/06/2025, 08h38
Duração de áudio: 04:44
Marcos Santos Fotógrafo do site jornal.usp.br

Transcrição
PGM 183 - 06042025 SINAL VERDE - Censo 2022 - parte 2 Olá ouvinte, eu sou o Bruno Lourenço e seja muito bem-vindo a mais um episódio do Sinal Verde, o espaço de mobilidade e educação para o trânsito da Rádio Senado. No episódio de hoje, vamos retomar aquele retrato inédito que o IBGE divulgou com o Censo Demográfico de 2022. BG Pela primeira vez, o levantamento coletou dados sobre aspectos do entorno urbano das residências brasileiras, revelando muito sobre as condições de mobilidade em que vivemos. A gente já falou sobre os desafios das rampas para cadeirantes no Brasil. Hoje vamos falar de outros tópicos como existência de ciclovias, estradas pavimentadas e capacidade de circulação. BG Um dos pontos que mais chama atenção é a baixa presença de sinalização para bicicletas nas vias do país. Segundo os dados, apenas 1,9% da população — cerca de 3,3 milhões de pessoas — moram em ruas com ciclovias ou ciclofaixas sinalizadas. Os números mostram grandes disparidades entre os estados. Santa Catarina lidera com 5,2%, seguida por Distrito Federal, Ceará, Amapá e Rio de Janeiro. Na outra ponta, Maranhão e Amazonas têm apenas 0,5% de cobertura com esse tipo de infraestrutura. E entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, destaque para Balneário Camboriú, que chega a impressionantes 14% da população morando em vias com sinalização para bicicletas. É gente, bora descer, descer pra BC.... BG Outro dado inédito diz respeito à capacidade de circulação das vias. O Censo revelou que 90,8% dos brasileiros vivem em ruas por onde passam caminhões ou ônibus — ou seja, com estrutura suficiente para grandes veículos. Estados como Tocantins, com 98%, e Amapá, com 76,9%, representam os extremos dessa estatística. BG No entanto, cerca de 6,1% da população vive em trechos de rua que só comportam carros ou vans. Esses casos são mais frequentes em estados como Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia. Isso está relacionado muitas vezes a áreas de relevo difícil, regiões históricas ou aglomerados urbanos como favelas. Tudo que tem no Rio de Janeiro, que é fácil de a gente imaginar. BG E há ainda um grupo significativo de brasileiros — 2,9% — que moram em ruas onde só é possível circular a pé, de bicicleta ou de moto. O Amapá lidera esse quesito com 15,1%, seguido por Pernambuco e Amazonas. Já em cidades como Recife, mais de 16% da população vive nesse tipo de via com circulação extremamente limitada. BG E o transporte coletivo? O IBGE também mapeou a presença de pontos de ônibus e vans nas vias das cidades brasileiras. Os dados mostram que apenas 8,8% da população mora em trechos com esse tipo de estrutura — o que revela uma cobertura ainda bastante restrita. No ranking estadual, o Sul e o Sudeste se destacam, com Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo liderando os percentuais. Tocantins, por outro lado, tem a menor proporção, com apenas 1,6%. Entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, Juiz de Fora, em Minas Gerais, tem o maior percentual de moradores com ponto de ônibus próximo — quase 49%. Entre as capitais, Porto Alegre lidera com 25%. BG Todos esses dados ajudam a traçar um cenário mais realista da mobilidade urbana brasileira — e mostram que ainda temos um longo caminho a percorrer para garantir uma cidade mais acessível, segura e sustentável para todos. BG Bem, o Sinal Verde de hoje fica por aqui, gostou das informações levantadas pelo Censo? Comente com a gente. Nosso e-mail é radio@senado.leg.br e o whatsapp da rádio é 61 986119591. E não se esqueçam, é possível encontrar episódios anteriores aqui do Sinal Verde. Basta fazer uma busca na internet por SINAL VERDE RÁDIO SENADO mais o assunto que deseja ou entrar em www.senado.leg.br/radio/podcasts. Um abraço a todos e até o próximo Sinal Verde.  

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