Gráfica do Senado, concebida há 60 anos, funciona em prédio de Niemeyer

Da Comunicação Interna | 18/09/2023, 08h51

No dia 14 de agosto de 1963, por meio da Resolução 20, a Comissão Diretora autorizou a organização dos serviços gráficos do Senado. A história da criação do setor está contada no Relatório da Presidência de 1963, que explica como o Congresso organizava a impressão dos anais e de outros documentos relacionados à atividade legislativa antes de ter um setor responsável para o trabalho.

Ao encaminhar a votação do projeto, o então senador Mem de Sá (RS) conta que foi convencido pelo então presidente da Casa, Auro Moura Andrade (SP), sobre a importância de ter um serviço gráfico próprio, pois a Imprensa Oficial, antiga encarregada, estava operando acima da capacidade.

— Me impressiona a situação em que se encontra a Imprensa Oficial, que realmente, pelo que sei, ainda continua operando com eficiência acima do que se poderia esperar. Trabalhei em jornal cerca de 15 anos, e sei que, de todos os setores de atividades industrial, este é dos mais complexos, delicados e trabalhosos. Quero crer, porém, que, feita uma boa escolha na direção do novo setor que se abre na administração do Senado, será possível colher resultados louváveis e dignos de aplauso — defendeu.

Arquitetura

A Secretaria de Editoração e Publicações (Segraf), a Gráfica do Senado está sediada na avenida N2, paralela à Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O que poucos sabem é que o projeto do prédio é uma obra de Oscar Niemeyer, o arquiteto modernista brasileiro que caracterizou a paisagem arquitetônica de Brasília.

As plantas baixas com as iniciais "ON", que identificam o arquiteto, estão no acervo de desenhos técnicos da Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) do Senado. O prédio de 3.115 metros quadrados foi projetado originalmente para receber a gráfica. O projeto e o início da construção datam do mesmo ano, 1963. A inauguração ocorreu dois anos depois, em 1965.

— Sua pequena altura e discrição correspondem à intenção de manter a hierarquia e a clareza da paisagem. Observe que o prédio não compete com o Palácio do Congresso e nem mesmo com o Anexo 2 do Senado, que àquela altura já estava sendo cogitado — explicou o arquiteto da Sinfra, Juliano de Carvalho.

Desde então, mudanças pontuais de uso implicaram diversas transformações. Internamente, uma das alterações mais significativas foi a criação do auditório João Emílio Falcão, com 120 lugares.

A pintura do exterior, originalmente em concreto aparente, e o aterro do espelho d’água, que existia em sua frente, foram outras alterações significativas ao edifício original. Ainda assim, destacou Juliano, o prédio não perdeu a estrutura de concreto armado e modular, característica da obra de Niemeyer.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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