Girão diz que governo Lula persegue médicos que pesquisam 'spikeopatia'
Da Agência Senado | 27/11/2025, 15h48
Em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (26), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou que o governo federal persegue médicos que participam de estudos sobre vacinas contra a covid-19. O parlamentar argumentou que a reação ocorreu após a repercussão de uma matéria do jornal Estadão sobre a "spikeopatia", conceito, segundo ele, utilizado por alguns pesquisadores para se referir a possíveis efeitos adversos associados à proteína spike, usada nos imunizantes para estimular resposta imunológica.
De acordo com Girão, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou publicamente que acionaria a Advocacia-Geral da União (AGU) contra os médicos Roberto Zeballos, Francisco Cardoso e Paulo Porto de Melo. O senador disse que o governo deveria incentivar mais pesquisas sobre o tema.
— Que história é essa de querer intimidar? O ministro qualificou como negacionistas esses três médicos que tiveram a coragem de pesquisar os efeitos das vacinas contra a covid, porque manipulam a proteína spike. Fica novamente evidente que, desde a pandemia, tem ocorrido uma crescente politização da ciência, algo que não beneficia ninguém. Em vez de perseguir aqueles que pensam diferente, o governo Lula deveria apoiar a continuidade de estudos e pesquisas sobre a chamada spikeopatia, sem qualquer tipo de preconceito — disse.
O senador afirmou que os estudos identificaram, a partir do acompanhamento clínico de um grupo de pacientes, sintomas como fadiga, dores articulares, alterações neurológicas leves, distúrbios gastrointestinais, perda de cabelo, dificuldades de memória e problemas de sono. O parlamentar também afirmou que o termo “spikeopatia” já aparece na literatura médica internacional e alegou que já existem milhares de artigos relacionados aos possíveis efeitos da proteína.
— O estudo das consequências da proteína spike no organismo humano não é novidade no meio científico. Já são mais de 14 mil artigos científicos publicados que relacionam a proteína spike com doenças. Ademais, o termo "spikeopatia" não foi cunhado pelos médicos brasileiros perseguidos pelo governo Lula, mas lançado na literatura médica em 2023, ou seja, há dois anos — declarou.
No mesmo discurso, o senador voltou a defender a anistia aos presos pelos atos do 8 de janeiro. O parlamentar criticou a condução das investigações pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que há pessoas presas injustamente. Ele mencionou o general Augusto Heleno, como um dos símbolos das "injustiças" que, segundo ele, estão ocorrendo nos processos. Ele destacou que o militar de 78 anos possui histórico de serviço ao país e foi diagnosticado com Alzheimer em 2018.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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