Girão cobra atitude do Senado contra 'complexo industrial de censura' no Brasil

Da Agência Senado | 01/07/2024, 18h20

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) comentou, em pronunciamento nesta segunda-feira (1º), a realização do 1º Fórum da Liberdade de Expressão realizado em Westminster, Londres, pelo jornalista Michael Schellenberger, conhecido por investigar e divulgar os Twitter Files Brazil. Trata-se de um compilado de e-mails trocados por funcionários da plataforma X (antigo Twitter) com autoridades e figuras proeminentes do Brasil, divulgados em abril de 2024, que envolviam a rede social e investigações conduzidas de 2020 a 2022. Segundo Girão, o jornalista Schellenberger revelou a censura de decisões judiciais no Brasil e o pedido para que a plataforma ocultasse essas informações.

— Nesse fórum, foi aprofundada a análise sobre o complexo industrial da censura, um conceito formulado a partir de impactantes publicações dos relatórios sobre a investigação do Twitter Files Brazil nos Estados Unidos. Graças à ousadia de Elon Musk, foi possível, pela primeira vez, ter acesso a conversas internas entre os dirigentes das plataformas, visando à moderação de conteúdos e à definição de quais informações deveriam ser censuradas e quais deveriam ser promovidas. Fazem parte desse complexo industrial da censura várias organizações ligadas a agências de inteligência, como a CIA e o FBI, e algumas ONGs internacionais, como a Open Society, financiada pelo bilionário George Soros, e a Luminate, de Pierre Omidyar, além de outras mais antigas, como a Ford Foundation — afirmou.

O senador explicou que o "complexo industrial da censura" utiliza métodos de manipulação psicológica e tecnologias avançadas, como a inteligência artificial, com a justificativa de combater a desinformação e o discurso de ódio. Girão apontou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como peças desse esquema, e mencionou que após a gestão do ministro Alexandre de Moraes no TSE, as ações de censura se intensificaram no país.

— É algo surreal o que a gente está vendo e ainda percebe o "avanço", com o STF fazendo uma megalicitação aí, para contratar uma empresa para monitorar os brasileiros, as opiniões dos brasileiros, as críticas a ministros do Supremo, que se acham os donos do Brasil, graças à omissão desta Casa! — lamentou.

Girão afirmou que o Senado é responsável por não agir contra abusos de autoridade e censura. O parlamentar também voltou a defender a necessidade de impeachment de ministros do STF e a acusar essas instituições de interferência na política brasileira.

— Queria, presidente Pacheco, que o senhor fosse às ruas ver o quanto as pessoas estão revoltadas neste país com o STF esmagando o Senado, esmagando o Congresso Nacional, do qual o senhor é presidente. Queria muito que o senhor sentisse esse clamor popular e, em vez de defender ministro do Supremo, defendesse a população brasileira. Ela que está precisando deste Senado nos 200 anos, em que o senhor é presidente — afirmou, dirigindo-se ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)