Renan condena anistia de multas a partidos que descumpriram regras

Da Agência Senado | 20/06/2024, 13h17

Em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (19), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou a proposta de emenda à Constituição que concede perdão às multas impostas aos partidos que descumpriram regras de cotas orçamentárias de gênero e raça nas eleições de 2022 (PEC 9/2023). 

A matéria permite também que as siglas abatam multas por irregularidades na prestação de contas do fundo eleitoral. O texto chegou a ser pautado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e em seguida foi retirado. Renan enfatizou que o perdão, que pode chegar a R$ 23 bilhões em recursos públicos, ainda será analisado pela Justiça Eleitoral. 

— É um desestímulo ao Tribunal Superior Eleitoral e, principalmente, a quem faz a coisa corretamente. Isso não pode haver. O Brasil é o único país do mundo que financia todas as eleições, todos os partidos políticos, todos! E agora, neste momento em que nós estamos preocupados com o equilíbrio das contas públicas, temos que votar uma anistia para absolver aquelas pessoas que cometeram crime e desviaram dinheiro público — argumentou. 

O senador também criticou o valor dos recursos destinados aos partidos políticos, que, segundo ele, já passam de R$ 7 bilhões. O parlamentar sugeriu ao presidente Lula que a redução dos gastos públicos pode começar pelos fundos Partidário e eleitoral. 

— O Brasil tem que voltar a ser o que era, fazer o que os outros países fazem. Pode ter financiamento público? Pode, mas ele não pode ser universal; não há equilíbrio de caixa nenhum que aguente isso — concluiu.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)