Oriovisto critica falas de Lula sobre situação fiscal do país

Da Agência Senado | 19/06/2024, 09h45

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) criticou, em pronunciamento na terça-feira (18), declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a situação fiscal do país. Segundo Oriovisto, Lula afirmou que o Brasil tem R$ 547 bilhões de isenções para empresários, o que o senador disse não ser verdade.

— Onde estão essas isenções? Elas estão no Simples Nacional, R$ 125 bilhões; elas estão na agricultura e agroindústria, R$ 58 bilhões; em rendimentos isentos do Imposto de Renda de Pessoa Física, como aposentados que têm um limite maior, coisas assim, dão mais R$ 51 bilhões; em entidades sem fins lucrativos, como Santa Casa e outras tantas, R$ 41 bilhões; em desenvolvimento regional, Sudam e outras, R$ 40 bilhões; em deduções do Imposto de Renda de Pessoa Física, R$ 33 bilhões. [...] Em Zona Franca de Manaus, R$ 32 bilhões; em medicamentos farmacêuticos, R$ 19 bilhões; em benefícios do trabalhador, R$ 18 bilhões; no setor automotivo, R$ 9 bilhões; e informática e automação, R$ 8 bilhões. Isso dá simplesmente 84,09% das isenções citadas pelo presidente. Então não é verdade que tem empresários se apossando das receitas.

O parlamentar também lamentou fala de Lula sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Segundo Oriovisto, Lula disse que “a única coisa que está errada no Brasil é presidente do Banco Central”.

— Isso não corresponde à verdade. O Brasil faz déficit primário todos os anos; não só não paga os juros da dívida como gasta mais do que arrecada; tem um orçamento engessado por despesas obrigatórias. O problema é muito mais complexo. Se fosse só trocar o presidente do Banco Central, estava muito fácil. O senhor [Lula] vai poder trocar daqui a pouquinho. Não vai resolver nada. O problema vai continuar o mesmo, se não piorar. O Banco Central não coloca juros altos porque gosta de juros altos. Ele só faz isso porque ele tem compromisso com a meta de inflação. Num governo que tem déficit fiscal, déficit primário, que paga um juro absurdo da dívida que ele mesmo fez, se o Banco Central não colocar os juros em 10,25% ou em coisa que o valha, a inflação vai disparar. Aí simplesmente os salários vão ser corroídos e o país vai ficar pior, muito pior do que já está.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)