Paim critica invasão de embaixada e presta homenagem a Ziraldo

Da Agência Senado | 08/04/2024, 17h10

Em pronunciamento no Plenário nesta segunda-feira (8), o senador Paulo Paim (PT-RS) lamentou a invasão da embaixada mexicana em Quito, ocorrida na noite de sexta-feira (5). O senador expressou solidariedade ao México, cuja soberania, na opinião do parlamentar, foi desrespeitada. A ação foi empreendida para prender Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador, condenado duas vezes por corrupção. Ele estava na embaixada desde dezembro do ano passado, quando pediu asilo político ao governo.

Paim condenou a ação das forças policiais equatorianas como “uma clara violação das normas diplomáticas internacionais”.

— A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para a sua realização. O governo brasileiro manifesta sua solidariedade ao governo mexicano, diz a nota do Itamaraty. A comunidade internacional repudiou veementemente o fato ocorrido. Vários países se manifestaram, entre eles Estados Unidos, Espanha, Canadá, países latino-americanos e tantos outros — observou o parlamentar.

Ziraldo

No mesmo discurso, o senador prestou uma homenagem ao cartunista Ziraldo, que faleceu aos 91 anos de idade no último sábado. O senador enfatizou a importância do criador do personagem ‘Menino Maluquinho’ para a cultura do país. O parlamentar lembrou a trajetória de Ziraldo, que dedicou a vida à produção de obras literárias, charges, pinturas, entre outras expressões artísticas. E além disso, foi uma figura política ativa, fundador do periódico O Pasquim, conhecido por fazer oposição ao regime militar.

— É com imensa tristeza que o Brasil se despede de Ziraldo, criador do personagem Menino Maluquinho e mais de 80 personagens. As obras de Ziraldo foram traduzidas para diversos idiomas e publicadas em revistas internacionais. Em 1960, lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira, a Turma do Pererê. Em 1960, recebeu o Nobel Internacional de Humor. Foi fundador e diretor do periódico O Pasquim, uma das prováveis razões de sua prisão, ocorrida um dia após a promulgação do AI-5. Em 1980, lançou o livro O Menino Maluquinho, seu maior sucesso editorial, o qual foi mais tarde adaptado para a televisão, o cinema e também para o teatro — enfatizou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)