Girão cobra distribuição de vacina contra dengue já aprovada pela Anvisa

Da Agência Senado | 05/07/2023, 10h14

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) cobrou em pronunciamento no Plenário na terça-feira (4) a rápida distribuição, pelo governo, da vacina contra dengue já aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para Girão, o governo federal não demonstra "nenhum interesse em incorporar a vacina ao Sistema Único de Saúde [SUS]". Ele ressaltou que a Anvisa já aprovou o registro da vacina Qdenga, com indicação para a população de 4 a 60 anos, mas ainda aguarda a análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). 

— O problema é que o Brasil apresentou um aumento significativo de dengue no primeiro semestre de 2023. Foram quase 160 mil casos entre janeiro e fevereiro de 2023, um aumento de 46% em relação ao mesmo período de 2022. Diante disso, não se justifica, absolutamente, que o governo Lula protele a distribuição da vacina para favorecer a do Butantan, que ainda deve demorar no mínimo mais dois anos. [...] Quem vai se responsabilizar por mortes por dengue nesse período? — disse Girão, segundo o qual o governo federal prefere aguardar para distribuir a vacina contra a dengue que será produzida pelo Instituto Butantan.

O senador lembrou a pressão da mídia e do oposição ao governo Bolsonaro para a compra de vacinas durante a pandemia de covid-19. Para ele, porém, o mesmo não ocorre no caso da dengue. Girão ressaltou que a doença tem risco de complicações e pode levar à morte: mais de mil pessoas morreram no Brasil vítimas de complicações da doença em 2022.

— O que se espera é o mínimo de coerência deste governo, já que, em 2021, durante a CPI da Pandemia, o PT foi justamente o partido que mais cobrou aquisições da vacina a qualquer preço. Neste aspecto eu concordo: o preço de cada vida não existe, são vidas, são pessoas chorando, são famílias. Por que agora é diferente? É porque mudou o governo, porque virou situação? [...] Ainda há tempo de o governo Lula corrigir esse grave erro, diminuindo a dor e a morte de milhares de brasileiros [...] Por que dois pesos e duas medidas numa situação que se refere a vidas humanas? — questionou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)