Senadores prestam solidariedade a resgatados de trabalho degradante em vinícolas gaúchas
Da Agência Senado | 28/02/2023, 20h52
Durante a sessão deliberativa desta terça-feira (28), senadores prestaram solidariedade aos 207 trabalhadores que foram resgatados de trabalho degradante em vinícolas no estado do Rio Grande do Sul na semana passada.
o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Omar Aziz (PSD-AM), Jayme Campos (União-MT), Magno Malta (PL-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Paulo Paim (PT-RS) se pronunciaram sobre o assunto. Eles também repudiaram as ofensas do vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul (RS), contra os trabalhadores resgatados, em sua maioria oriundos do estado da Bahia.
Na semana passada, ação conjunta da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho resgatou 207 trabalhadores terceirizados que estavam submetidos a trabalho análogo à escravidão em vinícolas de Bento Gonçalves (RS).
Otto Alencar foi o primeiro e comentar o caso. Ele classificou as declarações do vereador Sandro Fantinel como xenofobia.
— O vereador se referiu a eles como pessoas que se portavam de forma irregular, ou seja, a vítima sendo tratada exatamente ao contrário do que deveria ser considerada. Eles foram levados para vinícolas do Rio Grande do Sul: 200 baianos e nordestinos tratados exatamente como escravos. Eu quero fazer esse registro de um caso xenofóbico típico de quem quer fazer um apartheid no Brasil — disse Otto.
O presidente Rodrigo Pacheco apoiou a manifestação de Otto.
— Esta presidência corrobora o pronunciamento de Vossa Excelência e manifesta igualmente o repúdio a esse tipo de atitude — afirmou Pacheco.
Por sua vez, o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que a ofensa do vereador é um fato isolado que merece ser repudiado e que não representa o pensamento da população do Rio Grande do Sul.
Nascido na Bahia, o senador Magno Malta (PL-ES) também rejeitou a atitude do vereador.
— Atacar um povo por causa de um incidente? É deplorável. Ao meu povo da Bahia, aos meus conterrâneos, a minha solidariedade, solidariedade ao povo baiano e o meu repúdio a esse vereador e não ao povo gaúcho, que é um povo de bem — afirmou.
O senador Paulo Paim (PT-RS) acrescentou que o trabalho escravo ainda acontece em todo o Brasil e que mais de 2.500 trabalhadores foram resgatados de trabalhos degradantes ou análogos à escravidão em 2022.
— Este vereador não representa o povo do Rio Grande do Sul. Ele deveria pedir desculpas ao povo baiano. O povo do Rio Grande não pensa assim — disse Paim.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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