Senadores manifestam pesar sobre a morte do escritor Rubem Fonseca

Da Redação | 15/04/2020, 19h13

A morte do escritor Rubem Fonseca, aos 94 anos, nesta quarta-feira (15), foi lamentada por senadores. Após sofrer um infarto em seu apartamento, no Rio de Janeiro, Fonseca chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu. Autor de obras reconhecidas, como Agosto e Feliz Ano Novo, Rubem Fonseca é considerado um dos maiores escritores do Brasil.

"Morreu um dos maiores escritores do Brasil. Nossos sentimentos aos familiares e amigos do grande Rubem Fonseca. Seu legado e história permanecerão eternamente na mente de seus leitores e na cultura brasileira", afirmou o senador Jean Paul Prates (PT-RN), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Livro, da Leitura e da Escrita, em nota de requerimento para voto de pesar pela morte do escritor. 

Eduardo Braga (MDB-AM) classificou o trabalho de Rubem Fonseca como “admirável” e Fabiano Contarato (Rede-ES) ressaltou a dedicação do autor — conhecido pelos contos e romances policiais — à poesia.   

"Muito triste a morte de Rubem Fonseca! Nos últimos anos dedicou-se mais à poesia, que tanto amo. Escreveu assim: 'Um sujeito disse que poesia é aquilo que se perde na tradução. Eu digo que poesia é o que cada um acha que é poesia'. Obrigado, mestre! Deus o receba!", disse o senador capichaba pelo Twitter.

Por meio de nota como presidente do Conselho Editorial do Senado Federal, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacou a vida e a obra do escritor. O senador afirmou que Rubem Fonseca era um "autor singular, tinha uma capacidade única de retratar o Brasil e a gente brasileira" e que, como homem público e, principalmente, como professor, "lutará para manter viva a obra e a memória deste grande escritor".

Randolfe se manifestou também pelas redes sociais, e disse que lamentou a perda do escritor em um momento tão difícil (da pandemia):

"A sua genialidade deixará discípulos, fãs por todo o país. O seu coração de artista possivelmente já estava farto da crueldade humana. Sentimos muito! Sentiremos sempre!", escreveu.

Os senadores José Serra (PSDB-SP) e Zenaide Maia (PROS-RN) também lamentaram a perda. Para Serra, Rubem Fonseca foi “um dos maiores escritores da literatura brasileira”. Já Zenaide lembrou que Fonseca ganhou os prêmios Camões e Machado de Assis, que considerou os maiores da literatura em língua portuguesa.

Mineiro de Juiz de Fora, Rubem Fonseca era formado em direito e trabalhou como policial nos anos 50. Na década seguinte, começou a escrever. Durante a ditadura militar, teve livros censurados. Algumas de suas criações saíram dos livros para o audiovisual, como as séries Agosto, da Rede Globo, e Mandrake, da HBO. Trabalhou também como roteirista de adaptações de suas obras, em filmes premiados, como A Grande Arte, de Walter Salles e Stelinha, de Miguel Faria Jr.

Ao longo da carreira, recebeu várias vezes o Prêmio Jabuti, mais tradicional premiação da literatura brasileira. Também conquistou o Prêmio Camões, destinado a autores que contribuíram para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)