Comissão aprova indicados a embaixadas na Arábia Saudita e Costa Rica

Da Redação | 07/11/2018, 17h09

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou nesta quarta-feira (7) a indicação dos diplomatas Marcelo Souza Della Nina, para embaixador na Arábia Saudita e Iêmen, e Antonio Francisco da Costa e Silva, para a chefia da representação diplomática brasileira em San Jose, na Costa Rica. As indicações seguem agora ao Plenário em regime de urgência.

Durante a sabatina, o senador Helio José (Pros-DF) perguntou a Della Nina se a eventual mudança da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, anunciada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, poderia gerar reações negativas por parte do governo saudita.

O diplomata afirmou que acompanha o desenrolar da situação "com total atenção", mas que, por enquanto, seria "prematuro e inconclusivo" da parte dele tecer qualquer consideração, enquanto não houver um posicionamento oficial por parte das autoridades brasileiras.

A Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), que representa 57 países e tem sede na Arabia Saudita, já emitiu um comunicado oficial contrário à mudança. A instituição defende que haja uma solução negociada entre Israel e o Estado Palestino para o status da cidade.

U$ 4,5 bilhões

Ainda durante a sabatina, Della Nina disse que o Itamaraty vê a Arabia Saudita como "um grande parceiro comercial", pois os negócios entre as duas nações já atinge U$ 4,5 bilhões anuais, com um superávit de U$ 500 milhões para o Brasil.

O diplomata destacou a complementariedade entre as economias brasileira e saudita, já que a nação árabe é uma das maiores importadoras do mundo de alimentos, dos quais o Brasil é um dos grandes fornecedores. Para Della Nina, este deve continuar sendo o foco da atuação da embaixada brasileira em Riad, pois a segurança alimentar é considerada oficialmente uma das prioridades do governo saudita desde a década de 1970.

— Focar nesta prioridade pode incrementar ainda mais as relações comerciais. E neste campo podemos ir além também da exportação de produtos primários, porque nos últimos anos eles vêm tentando desenvolver uma indústria própria na agricultura.

Della Nina afirmou ainda que dará destaque ao estreitamento das relações no setor de Defesa, uma vez que o governo saudita adquire produtos desta área fabricados no Brasil. E, por fim, informou que pretende atrair mais investimentos do fundo soberano saudita para o Brasil.

Costa Rica

Outro indicado ao cargo de embaixador sabatinado pela CRE, o diplomata Antonio Francisco da Costa e Silva informou que a Costa Rica tem conseguido manter um crescimento econômico em torno de 4% ao ano, fator muito importante para que seja mantida a estabilidade político-social conquistada desde a Constituição de 1949. No entanto, o país tem tido déficits fiscais recorrentes nos últimos anos, o que provocou um aumento desafiador da dívida pública.

— Eles vêm tentando superar este problema incrementando o modelo econômico, atraindo investimentos sustentáveis na agricultura, agroecologia e em energias renováveis, dentre outros setores com este mesmo viés. Focando no setor de energia, de fato eles têm um grande potencial em eólica e solar, por exemplo. É aí que vejo condições de incrementarmos parcerias e investimentos com a Costa Rica, pois nós também já temos uma boa expertise em todas estas áreas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)