IFI avalia que país caminha para resultado primário menos negativo em 2018

Da Redação | 09/10/2018, 10h46

O Brasil poderá fechar o ano de 2018 com déficit primário de R$ 135 bilhões, abaixo da atual meta fiscal de resultado primário de R$ 159 bilhões negativos. A avaliação é da Instituição Fiscal Independente (IFI), que divulgou nesta segunda-feira (8) o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de outubro.

Para a instituição, o resultado deverá ser alcançado em razão da melhora na arrecadação do governo, mesmo a economia continuando em recuperação lenta e o nível de desemprego se mantendo alto. Para a IFI, a retomada econômica do país só será concreta e sustentável se o reequilíbrio das contas públicas for mantido.

A meta fiscal é o resultado da gestão financeira a ser entregue pelo governo federal e registrado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A expectativa da receita a ser arrecadada menos a estimativa de gastos ao longo do ano (os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública não entram na conta) leva ao chamado resultado primário. A meta fiscal é o valor do resultado primário que o governo deve atingir.

O assunto ganhou relevância em agosto de 2016, com a aprovação no Congresso Nacional da alteração das metas fiscais para 2017 e 2018, que foi sancionada pelo presidente Michel Temer em setembro do ano passado. Para 2018, o governo está autorizado a registrar déficit de até R$ 159 bilhões.

O relatório também aponta que, embora o terceiro trimestre de 2018 mostre um pequeno aumento do Produto Interno Bruto (PIB), a projeção da IFI para o crescimento da economia brasileira continua em 1,6% em 2018 e 2,4% em 2019. Já a taxa de desemprego continua alta (12,1%), mas vem diminuindo lentamente desde março de 2017. Diminuição essa ancorada principalmente no setor informal. Para a IFI, a redução moderada do desemprego “reflete a lenta recuperação do nível da atividade econômica”.

O Relatório de Acompanhamento Fiscal deste mês também trata de inflação e juros, variação cambial, dívida pública, financiamento do setor público, teto de gastos e outros temas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)