Museu do Senado preserva e retrata a trajetória da instituição

Da Redação | 13/09/2018, 15h55

O Museu do Senado tem mais de 3 mil peças espalhadas pelo Palácio do Congresso Nacional, gabinetes parlamentares e residências oficiais. São pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e mobiliário que contam a trajetória histórica dos 192 anos da instituição. Por ano, cerca de 180 mil pessoas veem parte do acervo nas visitas ao Senado.

Além da exposição de longa duração no próprio museu, localizado no Salão Nobre do Senado, a cada três meses, em média, há exposições temáticas, como a que está aberta ao público sobre os 130 anos da Abolição da Escravidão no Brasil e a dos 30 anos da Constituição de 1988, que será inaugurada em outubro.

Para essas exposições, o chefe do serviço do museu, Alan Silva, explica que o mobiliário, que representa cerca de 35% do total de peças do acervo do Senado, ajuda a compor a cenografia que os parlamentares viam naquele momento histórico.

— A escravidão foi extinta em 1888. Retratei o cenário em que a Princesa Isabel assinou [a Lei Áurea]. Coloquei o plenário que pertenceu ao Palácio Monroe. Tem o lustre aceso que era dessa época. O cidadão que vai ver os documentos, fotos, bustos expostos vai ter uma percepção do cenário daquele contexto histórico como ele aconteceu.

Alan Silva relata que o Museu do Senado foi criado em 1991 justamente para preservar o mobiliário que veio do Rio de Janeiro, onde o Senado funcionou no Palácio Monroe entre 1925 e 1960. A construção foi demolida em 1976. Mesas, cadeiras, lustres e vários outros itens de designers contratados para mobiliar o Palácio do Congresso Nacional estavam se misturando às peças comuns quando o Parlamento foi transferido para Brasília e precisavam receber um tratamento diferenciado.

— Nós cuidamos de tudo que não vai para leilão, porque são peças com simbologia diferente. Identificamos, separamos e fazemos a gestão desse patrimônio histórico e artístico — informa.

Segundo ele, nos últimos dois anos, foram contratados três restauradores para recuperar peças que há tempos precisavam de restauração. Com o trabalho feito pelos especialistas, 49 gravuras foram expostas.

— Há uma preocupação com a produtividade e o retorno do nosso trabalho à sociedade. Temos que revisitar o arquivo e identificar as peças prioritárias para restauração a cada ano.

Durante a visita guiada ao Senado, os cidadãos encontram uma parte da história brasileira retratada na mobília e em várias obras de arte assinadas por Alfredo Ceschiatti, Claire Jeanne Roberte Colinet e Victor Brecheret, entre outros.

— O visitante encontra o “plenarinho” desde a época do Império, quando Dom Pedro I vinha ao Senado para dizer o que esperava que fosse feito, o lugar em que eles tomavam assento. Há os documentos que estão no museu, o quadro que retrata a primeira Constituição Republicana, de Gustavo Hastoy. São coisas que só vê se vier visitar o Senado!

O museu está trabalhando para construir uma estrutura para receber o vitral de 20 metros quadrados, do artista Henrique Cavalleiro, que pertenceu ao Palácio Monroe. Na época da demolição, uma família do Rio de Janeiro comprou a peça e recentemente vendeu-a ao Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis).

— Esse vitral tinha sido comprado pelo Senado para comemorar os 40 anos da República. Conseguimos resgatá-lo. Está sendo estudado o local ideal para ser instalado e temos que construir uma estrutura, porque é uma peça de chumbo e vidro muito grande e pesada — explica Alan Silva.

Para conhecer um pouco mais das obras de arte do acervo do Museu do Senado, clique aqui. O museu está aberto todos os dias: de segunda a sexta-feira, das 9h às 13h e das 14h às 18h; aos sábados, domingos e feriados, das 9hs às 18h. Para entrar em contato, pode-se mandar e-mail para museu@senado.leg.br ou ligar (61) 3303-4029.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)