CRE sabatina diplomatas para cargos na Holanda, Canadá e Nações Unidas
Da Redação | 08/11/2016, 17h43
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) sabatinou nesta terça-feira (8) diplomatas indicados para exercer os cargos de embaixadores do Brasil nos Países Baixos e no Canadá e um representante permanente junto à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), ao Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e ao Programa Mundial de Alimentos (PMA).
Regina Maria Cordeiro Dunlop, indicada para exercer o cargo de embaixadora brasileira no Reino dos Países Baixos, destacou as relações de comércio entre os dois países, sendo a Holanda o segundo maior investidor estrangeiro no Brasil. Estima-se que mais de 150 empresas holandesas estejam instaladas aqui, incluindo multinacionais de grande porte. Outra parte significativa desse contingente é formada por pequenas fábricas especializadas em produtos de alta tecnologia.
Grandes empresas brasileiras, por sua vez, estabeleceram, nos últimos anos, escritórios e representações em Amsterdã e Roterdã, entre as quais Petrobras, Braskem, Odebrecht, Seara, Marfrig, Queiroz Galvão, Cutrale e Brazil Foods. No ano passado, a Embraer anunciou a ampliação da sua base comercial em Amsterdã de cinco para cerca de 100 funcionários.
Em 2015, a corrente de comércio com a Holanda totalizou US$ 12,5 bilhões, com saldo comercial superavitário da ordem de US$ 7,6 bilhões em favor do Brasil.
Regina Cordeiro ainda apontou as oportunidades para fortalecer o diálogo político em temas de interesse mútuo da agenda internacional e a cooperação em áreas prioritárias para o Brasil. A bioeconomia com aplicação de tecnologia para barrar a crescente escassez de recursos hídricos foi apontada pela diplomata como uma prioridade.
Canadá
Indicado para exercer o cargo de embaixador do Brasil no Canadá, Denis Fontes de Souza Pinto ressaltou as relações bilaterais das duas democracias multiétnicas e multiculturais. Segundo ele, outros fatores que aproximam os dois países são os territórios igualmente extensos, sendo que parte deles apresenta pouca densidade populacional e elevado potencial para geração de riquezas; estão entre as maiores economias mundiais; contam com expressivas reservas de água doce; caracterizam-se como grandes produtores de alimentos e energia; e detêm parque produtivo e pauta de bens e serviços de exportação diversificados.
O diplomata também ressaltou as posições coincidentes sobre os temas ambientais e direitos humanos. A agenda de cooperação abrange os campos de comércio e investimentos; infraestrutura; energia; meio ambiente; educação; ciência e tecnologia; e segurança.
Senadores pediram atenção à exportação de carne bovina brasileira e a possibilidade de o modelo canadense de barragens a ser replicado no Brasil.
O Canadá é ainda o país com maior número de estudantes brasileiros no exterior e principal destino de investimentos brasileiros, com o estoque acumulado de US$ 15,24 bilhões em 2014.
Nações Unidas
Alternativas para superar as mudanças climáticas foram apontadas pelos senadores como problemas a serem observados pelo diplomata João Carlos de Souza-Gomes, indicado para exercer o cargo de Representante Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), ao Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e ao Programa Mundial de Alimentos (PMA), com base em Roma, na Itália.
O diplomata destacou 11 projetos desenvolvidos pela FAO em coordenação com cinco ministérios do Brasil. Esses projetos abrangem uma infinidade de ações que vão desde a recuperação de florestas ao desenvolvimento sustentável da agricultura e, principalmente, a consolidação da política nacional de segurança alimentar.
João Carlos citou relatório da FAO mostrando que no Brasil, nas últimas décadas, caiu em cerca de 70% o número de pessoas subalimentadas. O país alcançou a meta estabelecida pelas Nações Unidas de reduzir a fome pela metade. O próximo desafio é controlar o desperdício e a perda de alimentos.
As indicações aprovadas pela Comissão de Relações Exteriores ainda precisam ser aprovadas pelo Plenário do Senado.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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