Renan afirma que continuará a agir com isenção e independência no processo de impeachment

Da Redação | 29/03/2016, 17h36

Ao chegar ao Congresso Nacional nesta terça-feira (29), o presidente do Senado, Renan Calheiros, se recusou a comentar o cenário de apoio avulso de integrantes do PMDB à presidente Dilma Roussef. Ele afirmou que tem que continuar a agir com isenção e independência.

— Eu acho que se esse processo [do impeachment] chegar ao Senado e espero que não chegue, nós vamos conjuntamente com o Supremo Tribunal Federal decidir o calendário. A instituição prevê que esse julgamento aconteça em até seis meses —, explicou.

Renan argumentou ainda que tem que se preservar o máximo possível para continuar a agir com isenção e com independência para conduzir o processo de impeachment caso ele chegue ao Senado.

PMDB

Em relação à decisão do diretório nacional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) de romper com o governo da presidente Dilma Rousseff tomada nesta terça-feira (29) em reunião na Câmara dos Deputados, Renan disse que não participou desse momento, para não influenciá-lo de alguma forma. Ele informou que conversou na segunda (28) com o presidente da sigla, Michel Temer, avisando-o que não iria participar da decisão, porque "enquanto presidente do Senado Federal, eu preferi não participar do governo".

— Eu cumpro o mais difícil papel que é, num momento historicamente conturbado, conduzir o Senado Federal com independência, isenção, equilíbrio e eu devo fazer isso até o fim do meu mandato —, indicou.

Na reunião do PMDB, ficou definido que nenhum integrante da legenda está autorizado a exercer cargos no governo em nome do partido. A ordem do diretório é para que todos os seus filiados entreguem os cargos que ocupam atualmente no governo, sob pena de abertura de processo ético.

— Olha, sobre essa questão [cargos], eu tenho pouquíssimo a acrescentar, porque vocês lembram, eu sempre defendi que não devia participar do governo, que a participação no governo era incompatível com papel que exerço como presidente do Senado —, justificou.

Renan defendeu a decisão democrática do partido e que tem que ser levada em conta. Ele comentou que o PMDB é o maior partido congressual, grande, com muitas correntes.

— Tem a maior bancada no Senado, uma das maiores bancadas na Câmara, tem o maior número de governadores e é um partido que não tem dono é um partido democrático —, apontou.

Papel do Legislativo

Renan afirmou ainda que o momento político é atribulado e que "é preciso ter muita calma, bom senso para que nós possamos dar a resposta que o país quer que o Legislativo dê".

— Eu acho que nós temos muita responsabilidade. É preciso encadear fatos políticos positivos. Há uma cobrança muito grande da sociedade e nós precisamos reverter a expectativa que a com relação a nossa economia —, defendeu.

Com informações da Agência Câmara

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)