Conselho de Ética reconvoca Delcídio e chama para depor filho de Nestor Cerveró

Da Redação | 23/03/2016, 13h12

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar decidiu reconvocar o senador Delcídio do Amaral (PT-MS). Ele apresentou atestado médico para justificar a ausência ao depoimento marcado para esta quarta-feira (23). A nova tentativa de ouvir o senador está prevista para o dia 7 de abril.

Os senadores aprovaram também a convocação do filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró; do advogado Edson Ribeiro e do ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira. Eles deverão depor como testemunhas no processo contra o parlamentar de Mato Grosso do Sul. Os depoimentos dos três foram marcados para 29 de março, a partir das 14h30.

O ator Bernardo Cerveró registrou em gravação uma conversa que teve com Delcídio do Amaral na qual o parlamentar teria oferecido dinheiro para que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não fechasse acordo de delação premiada. Também participaram dessa conversa o então advogado de Nestor Edson Ribeiro e Diogo Ferreira.

Para tentar evitar outra ausência de Delcídio do Amaral, o Conselho de Ética decidiu que poderá ouvi-lo por videoconferência ou em um lugar escolhido pelo senador. O relator do processo contra o parlamentar, Telmário Mota (PDT-RR), explicou que o processo seguirá seu curso mesmo sem os depoimentos.

— Nem o Delcídio é obrigado a vir, mas é bom que ele se defenda. Estamos dando todo o direito para ele se defender, mas o processo continua — esclareceu Telmário.

O Conselho de Ética resolveu também juntar ao processo a delação premiada de Delcídio do Amaral homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e também as entrevistas do senador a um telejornal e a uma revista.

Reação

Os senadores do Conselho de Ética reagiram ao pedido da defesa de adiamento do depoimento do senador Delcídio do Amaral. No requerimento, os advogados argumentaram que Delcídio está inabilitado para comparecer perante o conselho por motivos de saúde. Pedem ainda que nova oitiva seja marcada para o fim da licença médica de 15 dias a contar de 23 de março.

— O atestado do médico foi do dia 18 e valeria a partir do dia 23. No dia 18, o Delcídio deu uma entrevista a um telejornal. No dia 13, ele participou de um movimento em São Paulo. Dia 16, deu entrevista a uma revista. Parece que ele está doente para vir ao Conselho de Ética, mas, para outras atividades, ele está em plena saúde — reclamou Telmário Mota.

O senador Lasier Martins (PDT-RS) afirmou que há uma intenção da defesa de atrasar o processo no conselho. Já para o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), a prudência é o melhor caminho neste momento.

— Eu tenho certeza de que nós temos dois objetivos muito nítidos nesta comissão. O primeiro é revelar a verdade plena de tudo que está sendo investigado, não permitindo procrastinações indevidas nem açodamentos desnecessários. O caminho da prudência é sempre a melhor trilha em instantes como este — declarou o líder do PSDB.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)