Senado homenageia Rotary International em sessão especial

Guilherme Oliveira | 26/02/2016, 18h01

O Senado realizou sessão especial nesta sexta-feira (26) para homenagear o Rotary Club International pelo seu aniversário de 111 anos. O Rotary  é uma das maiores organizações sociais e filantrópicas do mundo. A sessão também serviu para marcar o centenário da Fundação Rotária, braço financeiro da instituição, que será comemorado no ano que vem.

O autor do requerimento solicitando a sessão especial foi o senador José Serra (PSDB-SP). Ele explicou que o Rotary busca estimular líderes comunitários, homens de negócios e profissionais a ele filiados a empreender serviços à sociedade, além de incentivar o comportamento ético entre seus associados e nas suas relações profissionais e de negócios.

O diretor do Rotary International no Brasil, José Ubiracy Silva, discursou na sessão. Ele afirmou que os associados do Rotary trabalham com disposição dos projetos organizados pela instituição porque “servir a humanidade é a melhor obra de uma vida”.

- Trabalhamos com o propósito de melhorar a condição de vida da população que nos cerca. A paz somente será possível quando as pessoas estiverem educadas, saudáveis e bem alimentadas. Sabemos a dimensão da mudança a que nos propomos e somos todos voluntários. Queremos ser úteis – disse.

Silva aludiu ao principal projeto conduzido pelo Rotary, o PolioPlus, esforço pela erradicação da poliomielite (paralisia infantil), que existe há 31 anos e contribuiu para extinguir a forma endêmica da doença em praticamente todo o mundo. Segundo o diretor, o Rotary brasileiro está disposto a colaborar de forma semelhante com as autoridades brasileiras para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da zika e da chicungunha.

O Rotary International está presente em 219 países, na forma de clubes que se organizam em 540 distritos regionais. O Brasil tem 38 distritos. Vera Lúcia Camilo Ribeiro, governadora do distrito que abrange Distrito Federal, Goiás e Tocantins, também falou na sessão. Ela lembrou que a instituição é a única organização não-governamental (ONG) do mundo com cadeira na ONU, onde atua como observadora.

- Não é à toa que estamos fazendo 111 anos. É porque temos grandes trabalhos prestados, planejamento, seriedade. Trabalhamos para o bem da comunidade e do mundo e fazemos uma grande diferença.

Fundação

Mário César Martins de Camargo, representante brasileiro na curadoria da Fundação Rotária, falou sobre o trabalho desse ramo da instituição. Ele explicou que a fundação recebe doações de associados de todo o mundo e investimentos atraídos pelo Rotary, e usa esse dinheiro para financiar projetos e campanhas de erradicação de doenças, treinamento de professores, fomento ao empreendedorismo, ajuda humanitária e outros.

- Não medimos esforços. Tiramos do nosso próprio bolso e conseguimos convencer governos e fundações particulares a decuplicar o que nós investimos ao longo de nossa trajetória. Não conhecemos fronteiras. Nosso campo de trabalho é o mundo inteiro.

Apesar de a Fundação Rotária não estar entre as maiores do mundo em termos de quantidade de capital, Camargo garantiu que a instituição possui um ativo “que ninguém mais tem”, que é a rede global de 1,2 milhão de associados, “combatentes que conhecem as suas comunidades”.

Parte do discurso do curador foi dirigido aos associados brasileiros. Ele relatou que a fundação não recebe muitos projetos oriundos do Brasil em busca de financiamento, e alertou que isso faz com que o dinheiro arrecadado aqui acabe revertido em benefício de outros países. Camargo pediu aos diretores e presidentes regionais dos clubes Rotary que trabalhem para multiplicar as iniciativas brasileiras.

Outro curador da Fundação Rotária, o americano Michael McGovern, também discursou. Ele ressaltou que as conquistas do Rotary são resultado principalmente da disposição dos associados e agradeceu o reconhecimento prestado pelo Senado.

Senadores

O senador José Serra, idealizador da sessão especial, prestou homenagem aos rotarianos presentes e destacou o fato de que o Rotary é “campeão mundial” de investimento em capital social e em número de voluntários. Ele afirmou que, quando foi ministro da Saúde (1998-2002), o Rotary foi um dos maiores parceiros em ações conjuntas.

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) disse que o Rotary promove uma “globalização do bem”, que é inclusive anterior ao fenômeno da globalização econômica. Ele pediu auxílio da instituição no combate ao analfabetismo e elogiou a disposição dos associados em todos os projetos com que se envolvem.

- Nos dá orgulho saber que pessoas que não são políticas, não são de governos, que apenas são parte da humanidade, lutam para erradicar o sofrimento – elogiou.

O senador Hélio José (PMB-DF) salientou que o modelo rotariano de governança e de captação de recursos é “reconhecido mundialmente”, e se disse emocionado pelo fato de que os associados realizam todos os seus projetos sem nunca perderem o espírito de amizade entre si.

- A história da organização é inspiradora aos brasileiros nestes tempos de crise, porque ilustra a força das pessoas quando se unem por uma boa causa. O Rotary tem um legado moral muito importante, movido pela força da solidariedade e pela fé no progresso humano – observou.

História

O Rotary International foi fundado em 1905, na cidade de Chicago (Estados Unidos), por um grupo de amigos liderado pelo advogado Paul Harris. A intenção do grupo era promover encontros sociais entre profissionais e unir esforços para realizar projetos de melhoria da comunidade. A ideia se expandiu para outras cidades, países e continentes.

A Fundação Rotária foi concebida e criada em 1917 para constituir um fundo concentrado de captação de recursos a serem utilizados em projetos de alcance global. Desde então, ela já recebeu mais de US$ 1 bilhão em doações e contribuições ao longo de sua história.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: