Ana Amélia lamenta baixo empenho da população em resolver problemas públicos

teresa-cardoso | 25/02/2016, 15h06

Ao manifestar-se na sessão temática nesta quinta-feira (25) em que o Senado avaliou as dimensões da epidemia causada pelo vírus Zika no Brasil, a senadora Ana Amélia (PP-RS) lastimou o baixo comprometimento do brasileiro com ações perenes capazes de resolver problemas coletivos enfrentados pela população.

Como exemplo, ela citou a crise energética vivida pelo Brasil no final dos anos 90, quando o país enfrentou o que ficou conhecido como "apagão".  De acordo com seu testemunho, o habitante de Brasília enfrentava naquele período, diariamente, a neurose de ter uma lâmpada acesa ou a preocupação com a energia gasta num banho prolongado.

Ela classificou como extraordinário o empenho dedicado pela sociedade em reduzir o consumo de energia naquela época e lastimou, que passado o período do apagão, a população tenha retomado seus “hábitos perdulários, como se a energia fosse infinita”.

No mesmo discurso, a senadora mencionou a ação de uma pesquisadora da Embrapa que lhe chamou a atenção para o fato de que “assim como temos doenças negligenciadas, também temos atitudes negligentes”. Ela disse que, junto com sua equipe, em 2007, essa pesquisadora montou um projeto de erradicação do mosquito da dengue na cidade de São Sebastião, no entorno de Brasília.

De acordo com Ana Amélia, foi um dos modelos mais extraordinários de envolvimento da comunidade no combate ao agente causador de uma doença. Em sua opinião, foi um caso para o mundo conhecer a capacidade de dedicação de uma população na solução de um problema. “E aquele projeto, de tão excelentes resultados, não existe mais, porque foi resolvido naquele momento”, lastimou a senadora, testemunhando a negligência da sociedade em permanecer atenta ao problema.

Na visão de Ana Amélia, o mesmo desleixo se repete agora com o combate ao mosquito Aedes aegypti. De acordo com a senadora, enfrentar o mosquito é uma obrigação de todos e seu perigo pode estar num vaso de flores, numa piscina abandonada, na displicência da população. Por isso, sua insistência em que a comunidade se envolva, esteja presente em qualquer ação contra o vírus e mantenha-se informada.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)