Acordo na COP-21 com metas obrigatórias aos países pode ser "histórico", diz Vanessa

Da Redação | 10/12/2015, 13h04

Em entrevista nesta quinta-feira (10) à Rádio Senado, a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM), que faz parte da delegação brasileira participante da Cúpula do Clima (COP-21) em Paris, disse crer que o evento deve ser finalizado com um acordo histórico. Isso porque sexta-feira ou no mais tardar no sábado (12) mais de 180 países devem comprometer-se com um acordo vinculante, em que as metas a serem definidas por cada nação deverão ter força de lei internacionalmente.

— E o Brasil é o país com a meta mais ambiciosa, definindo uma redução na emissão de gases de efeito estufa superior a 40%. Além disso, podemos avançar no Fundo do Clima e na regulamentação do mercado de carbono — disse.

O Fundo do Clima é uma iniciativa, da qual participa entre outras instituições o Banco Mundial, que por meio de dotações orçamentárias auxiliará os países mais pobres a atingirem suas metas.

O otimismo de Vanessa também é expresso pela percepção de que a COP 21 pode consolidar o consenso mundial em torno da relevância de ações preventivas na área ambiental.

— Já estamos numa época em que as conseqüências do aquecimento global já não são previstas apenas para as gerações futuras, mas para agora. E a tragédia em Mariana (rompimento da barragem da Samarco) nos mostrou como o desenvolvimento a qualquer custo pode cobrar um preço altíssimo — afirmou.

Vanessa ainda mencionou o prestígio que tem a delegação brasileira na COP-21, por ter conseguido reduzir a emissão fruto de queimadas e desflorestamento na Amazônia.

— É claro que não significa que está tudo bem, as ações de fiscalização devem continuar permanentes. Mas nossos principais problemas de emissão hoje são ligados ao uso da terra e à geração de energia por termelétricas — reiterou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)