Senado recepciona embaixadoras estrangeiras no Brasil

Dentro dos eventos voltados à celebração do Dia Internacional da Mulher, realizados durante todo o mês no Congresso Nacional, o Senado promoveu nesta terça-feira (17) uma recepção às embaixadoras estrangeiras em missão oficial em Brasília. O evento também serviu como abertura da exposição “1 em 3: o que é preciso para te fazer sentir revoltado?”, no Salão Branco. A mostra é uma organização do Banco Mundial.

Estiveram presentes 14 das 21 embaixadoras acreditadas na capital brasileira. Algumas não puderam comparecer por estarem em eventos ou missões em outras cidades. Marcaram presença representantes de União Européia, Áustria, Romênia, Eslovênia, Albânia, Venezuela, Cuba, Nicarágua, Jamaica, El Salvador, Guiana, Mongólia, Guine-Bissau e Botswana. Também participaram o representante do Banco Mundial, Boris Utria, e representantes do Itamaraty.

Violência

Em sua fala na abertura do evento, o presidente do Senado, Renan Calheiros, reiterou que considera os números de violência contra as mulheres no Brasil como "vergonhosos".

— Nas três últimas décadas, 92 mil mulheres foram assassinadas. São 4,6 homicídios por 100 mil, o que coloca nosso país na sétima posição em assassinatos de mulheres.

Renan lembrou ainda que criou a Procuradoria da Mulher em 2013, após sugestão da senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM). Relembrou também os esforços para a aprovação da Lei Maria da Penha em 2006, em sua primeira gestão como presidente da Casa, e da Lei do Feminicídio, mais recentemente.

Mulheres na política

A procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Graziottin (PCdoB-AM), considera relevante o início deste trabalho diplomático com as embaixadoras. A senadora lembrou que o Brasil ocupa a 124ª posição no que tange à representação feminina na política institucional. Por isto defende mudanças na legislação que corrijam o que considera uma "distorção".

Vanessa considera ainda que estas mudanças podem ser um passo na direção de modificações mais profundas, no campo dos costumes e culturais, também marcado por injustiças.

— Somos 40% da mão de obra do país, as pesquisas mostram que na média temos uma melhor formação educacional, e no entanto os salários das mulheres são 30% inferiores.

Também estiveram presentes à recepção às embaixadoras as senadoras Regina Sousa (PT-PI), Sandra Braga (PMDB-AM), Maria do Carmo Alves (DEM-SE) e o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)