Segundo Graça Foster, investigação interna não identificou suborno de empresa holandesa

Da Redação | 27/05/2014, 14h25

A presidente da Petrobras, Graça Foster, negou que funcionários da estatal soubessem da existência de um esquema de pagamento de propina por parte da SBM Offshore, investigada por autoridades holandesas por oferecer suborno a empresas de vários países, entre eles o Brasil.

- Tomamos conhecimento das denúncias em fevereiro de 2014, pela imprensa. Imediatamente, instauramos uma comissão interna de apuração de alto nível, que passa pela segurança empresarial, auditoria e jurídico. Foi imediata a atitude - afirmou a executiva.

Em depoimento recém-encerrado à CPI do Senado, ela esclareceu que a comissão interna ouviu depoimentos da SBM e, depois de 44 dias de investigação, com análises dos contratos e dos aditivos, ficou demonstrado que os negócios estavam corretos e conforme as regras adotadas pela estatal.

Segundo ela, a Petrobras não foi notificada pelo Ministério Público holandês e nem responde ação no exterior ou no Brasil por conta das denúncias. Mesmo assim, por enquanto, a presidente informou que a SBM está suspensa da lista de licitações da petrolífera até que todas as investigações brasileiras estejam concluídas.

- Enquanto não tiver o posicionamento de autoridades nacionais, a SBM não será chamada para participar de licitações - explicou.

Conforme Graça Foster, desde 1996, a Petrobras mantém negócios com a SBM, que é uma afretadora (empresa que oferece plataformas). Um dos benefícios do afretamento, segundo ela, está no fato de a estatal brasileira não precisar fazer investimentos iniciais, pois só começa a pagar pelo "aluguel" quando extrai o primeiro óleo.

A presidente informou que das 96 unidades de produção da Petrobras, 53 são próprias e 46 afretadas, o que revela um equilíbrio dos negócios.

O depoimento de Graça Foster durou três horas e meia e, mais uma vez, não teve a participação de senadores da oposição.

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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)