Ruben Figueiró critica importação de etanol dos EUA

Da Redação | 21/02/2014, 10h25

Em pronunciamento nesta sexta-feira (21), o senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) lamentou a importação de cerca de 100 milhões de litros de etanol de milho dos Estados Unidos, com incentivos fiscais do governo federal. Com a desoneração do PIS e Cofins, anunciado no final do ano passado, o produto estrangeiro tem entrado no mercado brasileiro com preços bem abaixo do que é vendido no país, produzido a partir da cana de açúcar.

Conforme o senador, o governo alega que o produto americano é abundante e subsidiado, e, portanto, extremamente competitivo no mercado internacional. Ao privilegiar o etanol de milho, Figueiró teme que além de prejudicar o setor sucroalcooleiro do país, esteja se consolidando um modelo de negócios que colocará em risco as contribuições brasileiras à tecnologia bioenergética.

— Todos os estudos mostram que o etanol brasileiro poderá ser combustível do futuro, mas, para isso, temos de desenvolver políticas bem formuladas de fortalecimento do setor. Caso contrário, a importação do etanol americano poderá se consolidar e dominar paulatinamente o mercado brasileiro — alertou.

Figueiró lembrou que o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva transformou a produção do álcool de cana de açúcar “numa peça gigantesca de propaganda”. Segundo o parlamentar, apesar do crescimento da produção de carros flex desde 2003, os motoristas têm abastecidos preferencialmente com a gasolina em vez de álcool.

— O grande problema foi a política restritiva praticada com preços da gasolina, que dificultou ainda mais a solução do setor sucroalcooleiro. O Brasil está mantendo baixos os preços da gasolina e do diesel para segurar artificialmente a inflação. Além disso, está adicionando cada vez mais álcool anidro na gasolina para segurar o preço — disse.

Na avaliação do senador, se houver bons preços nas bombas, os consumidores poderão passar a optar pelo etanol.

— Mas isso será difícil de acontecer por causa da política errática do governo que está atado à camisa de força do uso de combustíveis fósseis altamente poluidores. De acordo com especialistas, que tive a oportunidade de ouvir, um passo importante seria dissociar a produção do álcool e de açúcar. Com isso, conseguiríamos romper com o jogo dos preços internacionais, impulsionando a produção nacional de etanol — disse.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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