CDH debaterá as consequências da tragédia na boate Kiss

Patrícia Oliveira | 29/11/2013, 16h40

 

Dez meses depois do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que deixou 242 mortos e 116 feridos, as consequências da tragédia serão debatidas por representantes do poder público, parentes das vítimas e outros convidados, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), na segunda-feira (2).

Considerado o segundo maior incêndio no Brasil em número de vítimas, o acidente foi causado pelo uso de um sinalizador aceso dentro da casa noturna. A imprudência e as más condições de segurança foram apontadas como as principais causas da morte de centenas de jovens estudantes na madrugada de 27 de janeiro de 2013.

O inquérito policial chegou a indiciar 17 pessoas por homicídio doloso, homicídio culposo e fraude processual. Entre elas os sócios da boate, os músicos da banda - que se apresentou naquela noite e fez uso do sinalizador - e autoridades municipais. O Ministério Público, por sua vez, denunciou oito pessoas.

Audiência

Um dos participantes da audiência pública, Sérgio da Silva, representante da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da boate Kiss, informou que uma comitiva irá a Brasília pedir apoio da CDH no acompanhamento dos desdobramentos do caso na Justiça. Eles reclamam que diversas entidades, que apoiavam as famílias, abandonaram o caso. Também vão sugerir a criação de um banco de antídotos para o cianeto no Brasil. Na época do acidente, o Ministério da Saúde teve que solicitar apoio do governo americano para a doação de kits do medicamento Hidroxicobalamina (vitamina B12 injetável), indicado para o tratamento de intoxicação por cianeto - gás tóxico - ao sistema respiratório. A maior parte das vítimas morreu em razão da intoxicação pelo gás, que rapidamente tomou a boate.

Os outros convidados para o debate são Paulo de Tarso Monteiro Abrahão, coordenador-Geral da Força Nacional do SUS do Ministério da Saúde;  Luis Antonio Camargo de Melo, procurador-geral do Trabalho do Ministério Público do Trabalho; Adherbal Alves Ferreira, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia na Boate Kiss; Alex Monaiar, coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (RS);  além de representantes do Ministério da Justiça e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Resultado de requerimento do senador gaúcho Paulo Paim (PT), a audiência pública será às 9h, na sala 2 da Ala Senador Nilo coelho. O debate terá caráter interativo com a possibilidade da participação popular por meio do Portal e-Cidadania (http://bit.ly/CDHBoateKiss) e do Alô Senado (08000 6122 11).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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