Pedro Simon quer audiência pública sobre Aliança do Pacífico

Da Redação | 29/05/2013, 16h45

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) revelou em Plenário nesta quarta-feira (29) preocupação com a Aliança do Pacífico – grupo econômico formado há dois anos por México, Chile, Colômbia e Peru. O parlamentar sugeriu a realização de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), com o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, e autoridades do setor para debater, com profundidade, a nova aliança e suas implicações geoestratégicas, políticas e comerciais no continente e, principalmente, no Brasil e no Mercosul.

Simon alertou que, para os Estados Unidos, cujo vice-presidente, Joe Biden, está no Brasil a fim de discutir assuntos econômicos com a presidente Dilma Rousseff, a Aliança do Pacífico representa uma nova oportunidade de introduzir a proposta da área de livre comércio para a América Latina. A ideia foi rejeitada anteriormente por países latino-americanos por trazer mais vantagens aos interesses norte-americanos do que aos dos demais integrantes.

Para o Brasil, opinou, a Aliança não parece promissora. A formação de um novo bloco geopolítico na América Latina pode causar, em sua opinião, enorme impacto na integração do continente, a começar pela redução do poder de negociação e atração do Mercosul, bloco liderado pelo Brasil e que vive em “permanente instabilidade”.

Além disso, acrescentou, a aliança representaria um contraponto à influência econômica do Brasil na região – só no ano passado o grupo contabilizou US$ 556 bilhões em exportações, contra US$335 bilhões registrados no comércio dos países que integram o Mercosul.

O senador afirmou ver com “angústia” a postura das autoridades diplomáticas brasileiras diante do novo bloco comercial da América Latina, que estaria sendo encarado de forma superficial e displicente. E cobrou ação mais ativa do governo brasileiro quanto à questão.
- É quase inacreditável que todo esse barulho em nossa vizinhança não desperte a curiosidade no Brasil. Tanta movimentação política e comercial deveria – isso sim – despertar diversas luzes amarelas piscantes no Itamaraty. Mas, a preferência no ambiente é por outras cores. Talvez seja mais atraente o azul da bandeira da combalida União Européia, com quem o Mercosul tenta formalizar, há uma década, um improvável acordo comercial capaz de equilibrar interesses da indústria e da agricultura de ambos os lados - criticou.

O senador afirmou ver com “angústia” a postura das autoridades diplomáticas brasileiras diante do novo bloco comercial da América Latina, que estaria sendo encarado de forma superficial e displicente. E cobrou ação mais ativa do governo brasileiro quanto à questão.

– É quase inacreditável que todo esse barulho em nossa vizinhança não desperte a curiosidade no Brasil. Tanta movimentação política e comercial deveria, isso sim, despertar diversas luzes amarelas piscantes no Itamaraty. Mas, a preferência no ambiente é por outras cores. Talvez seja mais atraente o azul da bandeira da combalida União Européia, com quem o Mercosul tenta formalizar, há uma década, um improvável acordo comercial capaz de equilibrar interesses da indústria e da agricultura de ambos os lados - criticou.

Visto comum

Há alguns dias, informou Simon, o grupo adotou duas medidas importantes: assinou um acordo comercial que zerou as tarifas de importação de 90% dos produtos negociados e criou um visto comum para turistas. As movimentações no Pacífico estão sendo acompanhadas com atenção pelos Estados Unidos, Canadá, Panamá e Costa Rica, diretamente interessados naquele mercado, mas também por países como França, Japão, Espanha Portugal, Nova Zelândia e Austrália.

O senador acrescentou que espera com ansiedade a data de realização da audiência pública, que ainda não foi marcada porque aguarda confirmação da agenda do ministro.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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