Renan recebe representante dos trabalhadores domésticos

Tércio Ribas Torres | 26/03/2013, 16h10

O presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu nesta terça-feira (26) a visita da presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Creuza Maria Oliveira. Renan e Creuza conversaram sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2012, com votação em segundo turno prevista para mais tarde em Plenário. Renan anunciou que a solenidade de promulgação da PEC deve ocorrer no dia 3 de abril, às 12h, e deve contar com a presença de Creuza.

O presidente do Senado disse que a PEC teve que vencer muitos desafios até chegar à aprovação, reconheceu a luta das domésticas e manifestou solidariedade com os trabalhadores domésticos.

- Vocês podem contar com a gente – disse.

Creuza destacou a agilidade do Senado na aprovação da proposta. Ela lembrou que matéria ficou tramitando na Câmara por quase dois anos e levou cerca de três meses no Senado.

Para a presidente da Fenatrad, a PEC representa a evolução da legislação em favor dos domésticos e significa uma reparação para a categoria, que reúne quase oito milhões de trabalhadores no Brasil. Segundo Creuza, a relação patrão e empregado doméstico não pode mais ser vista como uma relação “casa grande e senzala”.

- Nossa luta é um sacerdócio. Cada trabalhador tem que ter sua cidadania – declarou Creuza, que é militante das causas raciais e trabalhistas e já foi agraciada com o Prêmio Direitos Humanos do governo federal em 2011.

Desemprego

Creuza disse acreditar que o temor de desemprego tem mais a ver com polêmica do que com a realidade. Ela admitiu que podem ocorrer algumas dispensas, mas disse que, “depois que a poeira assentar”, os patrões vão voltar a contratar.

Para o presidente do Sindicato dos Empregados Domésticos do Distrito Federal, Antônio Ferreira Barros, a aprovação da PEC é uma conquista que está chegando “tarde demais”, pois os trabalhadores domésticos formam uma das categorias mais antigas do Brasil e sempre tiveram menos direitos que outros empregados.

Ele disse que não teme o desemprego entre os trabalhadores domésticos, pois em vez de “ter que mandar a roupa para a lavanderia, comprar comida no restaurante, enviar os filhos para a creche”, o patrão vai preferir contar com um empregado doméstico.

- Não há motivo para desemprego. Ser empregado doméstico é gratificante. É uma profissão digna como qualquer outra – afirmou Barros.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: