Após visita a torcedores presos na Bolívia, Ferraço pede atuação firme do governo brasileiro

Marco Antonio Reis | 26/03/2013, 18h45

O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) esteve nesta terça-feira (26) com os 12 torcedores do Corinthians presos na Bolívia em decorrência da morte do torcedor Kevin Espada, de 14 anos, vítima do disparo de um sinalizador, durante o jogo contra o San José de Oruro. Presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), Ferraço disse que a situação deles é muito delicada e pediu a ação direta do governo brasileiro pela libertação dos torcedores.

- Eles estão presos em condições de superlotação carcerária, em um presídio que comporta 200 pessoas, mas que abriga 1500, junto com traficantes, estupradores e criminosos perigosos. As evidências são de inocência desses rapazes, que foram presos aleatoriamente. Há um esforço grande da embaixada brasileira, mas o problema é complexo e vai exigir um envolvimento direto do governo, dos ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e da Justiça, José Eduardo Cardozo – afirmou o senador.

De acordo com Ferraço, os torcedores, presos desde 20 de fevereiro, estão muito abalados, diante da falta de perspectivas de solução para o caso. Na Bolívia, a prisão preventiva pode durar até seis meses, e o clima – conforme salientou o senador – é pela punição dos brasileiros a qualquer custo, “de modo a reparar uma injustiça”.

O senador disse que o Tratado de Nassau, que permite o intercâmbio de informações processuais entre os países, poderia ser aplicado, visto que “há um réu confesso no Brasil”. No entanto, existe um elemento complicador, que é o fato de o crime ter sido assumido por um menor de 18 anos.

- A Bolívia poderia considerar as investigações feitas no Brasil, mas lá a maioridade penal é de 16 anos, o que complica as coisas - disse.

Ferraço chegou à capital La Paz na manhã desta terça-feira (26), de onde foi, por via terrestre, até a Oruro, distante 230 quilômetros. Depois da visita ao presídio, o senador retornaria à capital, para encontros com os ministros bolivianos de Governo e de Relações Exteriores.

- Pretendo relatar a eles a minha preocupação com a vida desses brasileiros – afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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