Senadores lamentam ausência do Chile no Mercosul

Marcos Magalhães | 29/11/2012, 14h55

A possibilidade de uma futura adesão do Chile ao Mercosul foi o tema predominante do debate de senadores com o embaixador indicado para representar o Brasil na capital chilena, Santiago, Georges Lamazière. A participação do país andino, na opinião dos parlamentares, poderia fortalecer o bloco econômico.

O relator da mensagem presidencial de indicação do embaixador, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), elogiou as conquistas econômicas e sociais do Chile e recordou que aquele país optou por permanecer fora do Mercosul e, ao mesmo tempo, celebrar acordos comerciais bilaterais com países de dentro e de fora da região. Ele quis saber se ainda haveria possibilidade de adesão chilena ao bloco,  composto atualmente por Argentina, Brasil, Paraguai (suspenso temporariamente), Uruguai e Venezuela.

Brasil e Chile, respondeu o embaixador, optaram por modelos distintos em função de diferenças geográficas e históricas. Ele recordou que o Chile, atualmente bastante voltado à Ásia, já era exportador para a Austrália no século 19. Por outro lado, o Brasil, com sua grande população, sempre teve uma aposta em seu mercado interno e na industrialização.

– Temos excelentes relações, mas seria difícil que cada um mudasse de modelo. Sobre o ingresso do Chile no Mercosul, depende da decisão do Chile. O Chile já é um Estado associado e tem 97% da pauta liberada de impostos no bloco. E é nosso segundo maior parceiro comercial na América Latina – disse Figueiredo.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) sugeriu ao embaixador indicado que busque maior cooperação com o Chile nas áreas de inspeção sanitária e de produção vitivinícola. Por sua vez, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que o Mercosul se ressente da falta do Chile, um dos primeiros países que o Brasil procurou, como recordou, ao negociar a formação do bloco.

O senador Fernando Collor (PTB-AL), presidente da comissão, disse que houve frustração, na formação do Mercosul, pela ausência do Chile entre os membros fundadores.

– Naquela época já havia um sentimento do governo chileno de opção preferencial pelo Norte. Depois foi feito um tratado de livre comércio com os Estados Unidos, e é muito difícil hoje termos o Chile como membro pleno do Mercosul. Mas o Mercosul ganharia muita musculatura se pudéssemos contar com o Chile como membro efetivo – disse Collor, que participou, como presidente da República, do processo de criação do bloco.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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