Procurador-geral da República recebe representação de parlamentares da CPI do Cachoeira

Da Redação | 22/11/2012, 15h35

Um grupo de parlamentares da CPI do Cachoeira protocolou, na manhã desta quinta-feira (22), representação na Procuradoria-Geral da República, pedindo que o Ministério Público investigue possíveis irregularidades não apreciadas pela comissão parlamentar de inquérito.

Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Pedro Taques (PDT-MT) e Pedro Simon (PMDB-RS) e os deputados Rubens Bueno (PPS-PR) e Ônix Lorenzoni (DEM-RS) foram recebidos pelo procurador-geral, Roberto Gurgel.

Os parlamentares querem que o MP avance nas investigações, tomando todas as providências cabíveis, “de índole investigatória e judicial”. O documento de quase 90 páginas inclui pedidos para que o órgão desvende detalhes da relação do dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, com os governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB); de Tocantins, Siqueira Campos (PSDB) e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

Deputados e senadores também querem a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico das 15 empresas tidas como fantasmas que teriam recebido dinheiro da Delta.

Críticas

Para o senador Pedro Taques (PDT), o Ministério Público poderá mostrar o verdadeiro alcance do esquema criminoso investigado na CPI. O senador pelo Mato Grosso vem criticando a falta de prazo para novos depoimentos e cruzamento de dados de quebra de sigilos, além da “pressa” para a apresentação do relatório final da comissão.

– Sempre há espaço para investigação. Como o Congresso Nacional se omitiu da sua obrigação constitucional, o Ministério Público poderá aprofundar a análise dos crimes cometidos não só no âmbito do Centro-Oeste, mas em todo o Brasil – avaliou.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) definiu o relatório de 5 mil páginas apresentado pelo relator Odair Cunha (PT-MG), como sendo “de mentirinha”.  Simon considera que o país vive um momento histórico, com o  exemplo do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas o Congresso Nacional não acompanha esses novos tempos:

– A hora é histórica; mas infelizmente o Congresso, depois de marcar um ponto positivo com a aprovação da Lei da Ficha Limpa, promove uma CPI com um relatório de mentirinha, perdendo a oportunidade de apanhar um corruptor, o que seria inédito – afirmou Simon.

O procurador-geral Roberto Gurgel afirmou que as informações contidas na representação deverão auxiliar o Ministério Público Federal em novas frentes de investigação.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: