Prossegue discussão na CPI do Cachoeira sem leitura do relatório

Da Redação | 21/11/2012, 12h35

Depois de mais de duas horas de discussão entre os parlamentares, o relator Odair Cunha (PT-MG) ainda não conseguiu iniciar a leitura de seu relatório relativo às investigações da CPI do Cachoeira. O deputado deve ler um sumário executivo (resumo) do documento, que contém 4.802 páginas em cinco volumes, sem contar os anexos.
O relatório é dividido em oito partes, que tratam, por exemplo, das propostas legislativas da comissão, das ramificações da organização de Carlos Cachoeira,nos meios de comunicação e do financiamento da organização criminosa. Grande parte também é dedicada aos indiciamentos. São 46 no total, entre eles, o de Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, do ex-senador Demóstenes Torres e do próprio Cachoeira. Também foram indiciados cinco jornalistas, entre os quais, Policarpo Júnior, da revista Veja.
Um pedido de vista coletivo já foi apresentado, abrindo-se prazo de cinco dias úteis para que os parlamentares analisem a matéria, conforme Regimento Interno do Senado. Com isso, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) já convocou nova reunião para a próxima quarta-feira.
Na abertura da reunião, diversos senadores e deputados se manifestaram para criticar o relatório, assim com o vazamento de parte dele para a imprensa. Houve também quem pedisse a suspensão da leitura e a prorrogação dos trabalhos diante da soltura do contraventor Carlos Cachoeira.
- Nós não investigamos o que deveríamos investigar. Relatório é um instrumento de perseguição politico-partidária. PT versus PSDB. Não podemos encerrar esta cpi com a leitura do relatório. A soltura do Cachoeira inviabiliza a leitura deste relatório. Agora vamos jogar o abacaxi para o Ministério Público, mas o bode vai ficar fedendo dentro da sala. Não podemos ler o relatório com este fato novo - afirmou Pedro Taques.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)