Consciência negra precisa ir além da data cívica, diz Rollemberg

Da Redação | 20/11/2012, 18h05

Em pronunciamento em Plenário, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) saudou a passagem do Dia Nacional da Consciência Negra. Ele disse que a data comemorativa precisa ir além do seu sentido simbólico, pois se refere a uma dívida cívica e a uma exclusão cotidiana, real e ainda explícita na sociedade.

- Não é possível achar que o racismo é algo 'tácito e casual', quando sabemos que 75% do total dos homicídios cometidos contra jovens têm pessoas negras como vítimas - disse Rollemberg, citando o Mapa da Violência 2012, elaborado pelo Instituto Sangari em conjunto com o Ministério da Justiça.

Para Rollemberg, os números se mostram ainda mais graves quando se observa que a soma de homicídios em dez países que lidam com conflitos armados, como o Irã e o Afeganistão, ainda é menor que o total de homicídios ocorridos no Brasil. Apenas em Brasília, afirmou, morrem cinco vezes mais negros que brancos em crimes violentos, ressaltou Rollemberg, novamente citando o Mapa da Violência 2012.

O senador reconheceu que a política das cotas raciais foi um dos avanços mais importantes dos últimos anos, mas observou que o desafio ainda é maior na luta pela quebra dos preconceitos, visto que o racismo ainda resiste, mesmo na arte, em que a questão não é tratada de forma profunda.

Ele disse que houve importantes avanços sociais com o ex-presidente Lula (2003-2011), consolidados pela presidente Dilma Rousseff. Citou o crescimento da chamada nova classe média; o aumento da renda da população negra e parda, e sua maior participação no mercado formal de trabalho e acesso à educação; o aumento real do salário mínimo; e os programas de transferência de renda como o Bolsa Família, entre outros.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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