Jogos Olímpicos vão movimentar indústria e turismo do país, afirma comitê organizador

mmcoelho | 07/11/2012, 14h30

As olimpíadas e paraolimpíadas que acontecerão na cidade do Rio de Janeiro em 2016 devem movimentar a indústria e o turismo em todo o Brasil. Segundo representantes do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, presentes em audiência pública no Senado nesta quarta-feira (7), cerca de 30 milhões de itens necessários para os jogos serão comprados em todo o país e já foram aprovadas 176 instalações de treinamento pré-jogos em 18 unidades da federação.

Representado pelo seu presidente, Carlos Arthur Nuzman, e pelo diretor geral, Leonardo Gryner, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 apresentou a organização para o evento esportivo no país. A apresentação se deu na audiência pública realizada pela comissão mista criada para examinar a MP 584/2012, que concede isenção tributária a bens e serviços relacionados aos jogos olímpicos em 2016 no Rio.

A relatora da medida provisória na comissão, senadora Lídice da Mata (PSB-BA), manifestou interesse em democratizar o evento para todo o país e também ressaltou a preocupação de senadores e deputados de que a contratação de pessoal privilegie os estrangeiros em detrimento dos brasileiros. Nuzman explicou que o comitê está aberto a todas as empresas brasileiras para comprar os itens necessários aos jogos. Quanto à contratação de pessoal, o presidente do comitê olímpico disse que a minoria será estrangeira.

Locais dos jogos

De acordo com o diretor-geral do comitê, Leonardo Gryner, os jogos olímpicos serão realizados em quatro zonas da cidade do Rio de Janeiro: Copacabana, Barra, Teodoro e Maracanã. Segundo disse, praticamente todas as instalações para os jogos já estão construídas, porque são as mesmas dos jogos pan-americanos de 2007, com exceção do velódromo.

Apenas no futebol, outras cidades vão abrigar jogos na primeira fase: São Paulo, Salvador, Brasília e Belo Horizonte. Nessas cidades, serão utilizados os estádios que estão sendo construídos para a Copa do Mundo de 2014.

As instalações pré-jogos foram alvo de um levantamento feito pelo Comitê Olímpico Rio 2016 para entregar às delegações que virão ao Brasil. Foram aprovadas 176 instalações, em 74 cidades brasileiras de 18 unidades da federação. O uso das instalações é pago pelas próprias delegações que virão no período de quatro anos que antecede aos jogos. Algumas já começaram a chegar este semestre.

Mobilidade Urbana

Gryner disse que o projeto de mobilidade urbana é ambicioso e que as obras já estão em andamento dentro do cronograma elaborado pelo comitê. O BRT (sistema rápido de transporte por ônibus) Transoeste já teve a primeira fase terminada e está em uso pelos cariocas. O BRT Transcarioca, que vai ligar a Barra ao aeroporto, e o BRT Transolímpica, que liga a Barra a Teodoro, também já estão em construção. O BRT da Transbrasil deve começar a ser construído em janeiro de 2013. Segundo o diretor, as obras das linhas 1 e 2 do metrô já estão praticamente encerradas e o comitê está indo para a fase da linha 4, que já iniciou as obras.

Portal de Compras

Segundo um levantamento do Comitê, serão 30 milhões de itens necessários para os jogos, comprados em indústrias de todo o país. Gryner explicou que o comitê vai lançar, em dezembro deste ano, um portal de compras e vai antecipar ao mercado tudo o que ele precisa, para que as empresas possam se qualificar e se preparar para o início das vendas.

- A maioria das compras se dá entre 2014 e 2016, então, nós vamos avisar agora e a indústria vai ter bastante tempo para se preparar – afirmou Gryner.

Isenções de impostos

Com relação às isenções de impostos previstas na MP 584/2012, Gryner explicou que foram baseadas nas garantias dadas pelo país à época da candidatura do Rio para sediar os jogos olímpicos e paraolímpicos.

- É importante ressaltar que não existe renúncia fiscal na verdade, porque sem os jogos não existiriam esses fatores geradores desses impostos. Então, nós não estamos tirando de nenhum imposto com que a sociedade já estivesse contando no orçamento da União – afirmou.

Segundo os representantes do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, os jogos vão representar um impulso econômico para todo o país. Gryner disse que, nos jogos pan-americanos de 2007, para cada R$1,00 investido no projeto, houve um impacto na economia de R$2,10, sendo que R$ 0,70 (um terço) foi para o estado de São Paulo.

Na área de turismo, o Brasil, que tinha em 2011 5,4 milhões de turistas por ano, tem a meta de chegar a 10 milhões de turistas por ano em 2020. O setor, que representava 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2011, deve chegar a 9,5% em 2021. Os jogos olímpicos devem contribuir para o alcance dessas metas, segundo os representantes do Comitê Organizador.

Gryner deu o exemplo da Espanha, onde, 15 anos após os jogos olímpicos de 1992, houve um aumento de 16 milhões de turistas e 3,6% em participação no PIB.

- Isso mostra que o impacto dos jogos é um legado importante mesmo dez anos depois ou mais de dez anos depois da sua realização – afirmou o diretor geral do comitê.

O impacto da renúncia fiscal decorrente de isenções previstas na MP 584/12 também foi abordado pelo representante da Secretaria da Receita Federal, Ronaldo Medina. Segundo ele, as isenções devem totalizar R$ 3,8 bilhões em quatro anos (2012-2016).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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