Risco enfrentado por motociclistas é tema da revista 'Em Discussão!'

Da Redação | 06/11/2012, 20h45

No rastro de um impressionante aumento da frota nos últimos 15 anos, os motociclistas se tornaram as maiores vítimas do trânsito nacional (que leva mais de 40 mil vidas por ano), à frente dos atropelamentos e das colisões de carros. E no interior, especialmente do Norte e do Nordeste do país, problemas como a falta de fiscalização, a imprudência, a imperícia e as más condições das estradas tornam a situação ainda mais grave. Este é o tema da 13ª edição da revista Em Discussão!, lançada nesta quarta-feira (7), durante reunião da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Em Discussão!, editada pelo Jornal do Senado, traz a cobertura completa da audiência pública de maio e do seminário de setembro promovidos pela CAS sobre o tema Segurança no Trânsito – Motocicletas. Para debater com os senadores, compareceram mais de 30 convidados, entre especialistas de tráfego, sociólogos, representantes da indústria, dos motociclistas profissionais e dos órgãos governamentais incumbidos de enfrentar o problema.

Buscar saídas para melhorar esse sinistro quadro é tarefa urgente, afirmou a senadora Ana Amélia (PP-RS), quando coordenou os dois debates. A revista mostra que o Legislativo tem importante papel a desempenhar, pois cabe a ele, por exemplo, assegurar recursos para a educação no trânsito e formular novas regras para melhorar a fiscalização e a segurança dos motociclistas.

Números de assustar

Ao longo de suas 80 páginas, Em Discussão! revela para os leitores o avanço das motos na paisagem do trânsito nacional (já são 19 milhões delas nas ruas), em uma fenômeno claramente associado às recentes transformações econômicas por que passou o país. De acordo com dados da indústria, 85% dos compradores de motocicletas pertencem às classes C, D e E. Elas oferecem, para um grande contingente de brasileiros, alternativa ao usualmente precário transporte coletivo, quando não se transformam no meio de sobrevivência (motoboys, mototaxistas e motofretistas são profissões regulamentadas).

Porém, as estatísticas econômicas não se comparam aos números de uma tragédia social diária. O custo das mortes e feridos no trânsito, de acordo com estimativas, soma anualmente mais de R$ 13 bilhões por ano. Se 26,7% da frota são motocicletas, 65,3% das indenizações pagas pelo seguro DPVAT por morte e invalidez se referem a acidentes envolvendo motocicletas. São três indenizações por invalidez a cada minuto, em média. Em geral, os envolvidos têm entre 18 e 34 anos (40%) e são homens (77%). O que demonstra a grave ameaça que a tragédia do trânsito representa para o futuro do país.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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