Ângela Portela comemora 20 anos de homologação de terras yanomami

Da Redação | 31/10/2012, 15h55

Em discurso nesta quarta-feira (31), a senadora Ângela Portela (PT-RR) registrou a passagem dos 20 anos de homologação do território indígena yanomami, numa área que engloba terras de Roraima e Amazonas e chega à Venezuela. Para comemorar a data, informou, foi realizada a 7ª Assembleia Geral da Hutukara Associação Yanomami, na aldeia Wathoriki, de 15 a 20 de outubro, onde 700 indígenas se reuniram com representantes do governo para discutir problemas enfrentados pelas 228 comunidades.

Nesses cinco dias, explicou Ângela Portela, os debates giraram em torno das dificuldades enfrentadas pelos indígenas, especialmente nas áreas de saúde, educação e proteção às terras. Eles pediram mais medicamentos e equipes de trabalho; mais escolas, pois as que existem são desprovidas de qualquer estrutura; e demonstraram especial preocupação com relação ao garimpo ilegal, praticado nas reservas indígenas.

A prática de retirada do minério persiste, apesar das operações de combate realizadas pela Polícia Federal, pelo Exército e pela Fundação Nacional do Índio (Funai), segundo observou a senadora. Há, inclusive, um projeto para regularizar essa prática em tramitação no Congresso Nacional, proposta a qual os índios são contrários por não verem benefícios às suas comunidades. A presidente do órgão, Marta Azevedo, afirmou que a Funai busca soluções para contornar os impasses. Eles também esperam que se aprove o Estatuto do Índio no Congresso.

- O atendimento aos pleitos dos povos indígenas merece a atenção como forma de assegurar seus direitos de respeitar e afirmar sua diversidade cultural – declarou a senadora.

A população yanomami Brasil-Venezuela chega a mais de 35 mil pessoas, sendo que 19 mil vivem no Brasil, informou a senadora. O território indígena nos dois países se estende por 190 mil km² e, somente no Brasil, a área de proteção chega a mais de 96 mil km². É uma terra de alta relevância em termos de proteção da biodiversidade, e símbolo da luta dos indígenas pelo direito a terra, frisou Ângela Portela.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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