Suplicy presta solidariedade ao ex-presidente do PT José Genoino

Da Redação | 10/10/2012, 17h40

Em discurso nesta quarta-feira (10), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) prestou solidariedade ao ex-presidente do PT José Genoino, que foi considerado culpado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do escândalo do mensalão. O senador disse admirar a trajetória de seu correligionário e, ao ler uma carta pública divulgada pela filha de Genoino, chegou a chorar.

- Tenho por Genoino o maior respeito e fiquei particularmente comovido com a bonita carta que Miruna Genoino fez em defesa do pai – disse, antes de ler a íntegra do documento intitulado “A coragem é o que dá sentido à liberdade”.

Na carta, Miruna lembra que o pai enfrentou a ditadura militar colocando “a luta política acima do conforto e do bem estar individual” e aguentou “torturas frequentes e constantes, como pau de arara, queimaduras, choques e afogamentos, sem perder a cabeça e sem partir para a delação”. Ela também critica a postura dos meios de comunicação em relação a seu pai e defende a honestidade e a inocência de Genoino.

“Nossa família entra agora em um período de incertezas. Não sabemos o que virá, e, para que seja possível aguentar o que vem pela frente, pedimos encarecidamente o seu apoio. Seja divulgando este e/ou outros textos que existem em apoio ao meu pai, seja ajudando no cuidado a duas crianças de 4 e 5 anos que idolatram o avô e que talvez tenham que ficar sem sua presença, seja simplesmente mandando uma palavra de carinho. Neste momento, qualquer atitude, qualquer pequeno gesto nos ajuda, nos fortalece e nos alimenta para ajudar meu pai”, leu Suplicy, emocionado.

Além do caso de Genoino, o senador disse que os membros do PT estão “preocupados e entristecidos” também com as condenações de João Paulo Cunha e José Dirceu. Registrou ainda que Dirceu divulgou carta à imprensa na qual alega ser inocente.

Farc

Suplicy também parabenizou a presidente da República, Dilma Rousseff, por oferecer ajuda ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, nas negociações de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O processo de pacificação é mediado pelos governos da Noruega e de Cuba.

Revolução de 1932

O parlamentar registrou ainda que, há 80 anos, era assinada a convenção militar que poria fim à Revolução Constitucionalista de 1932. Suplicy disse que esse “grande movimento cívico-militar” fez de São Paulo “palco de um dos maiores conflitos armados entre brasileiros da história recente”.

Segundo o senador, as interpretações do movimento contra Getúlio Vargas variam, mas sua importância não pode ser negada. Suplicy explicou detalhadamente os fatos históricos da revolução, que ocasionou a convocação de eleições para a Assembleia Constituinte de 1933, culminando na Constituição de 1934.

- Cumprimento os ex-combatentes paulistas de 1932 e seus familiares, pela luta por um Brasil unido em torno de uma Constituição da República, que é a chave da pirâmide legal e moral, que consubstancia o que hoje denominamos Estado democrático de direito.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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