Cronologia da CPI do Cachoeira
Anderson Vieira | 18/07/2012, 15h25
29 de fevereiro:
Acusado de chefiar uma rede de exploração de jogos ilegais, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, é preso em Goiânia, na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
3 de março:
Revista Veja publica denúncia de que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) mantinha estreitas ligações com o contraventor. Gravações também mostram que o parlamentar recebera presentes de casamento de Cachoeira em 2011.
6 de março:
Depois de denúncias da imprensa, o senador vai à tribuna do Plenário para se explicar e nega relações com o esquema criminoso de Carlos Cachoeira. Demóstenes recebe o apoio de 44 colegas e pede investigação sobre si mesmo.
28 de março:
PSOL representa contra Demóstenes Torres no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, após novas denúncias. No mesmo dia, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordena a quebra do sigilo bancário do parlamentar.
9 de abril:
A imprensa continua a divulgar novos trechos de gravações feitas pela Polícia Federal e o apoio a Demóstenes no Senado diminui. Wellington Dias (PT-PI), Pedro Taques (PDT-MT) e Álvaro Dias (PSDB-PR) defendem criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as relações de Cachoeira com políticos.
15 de abril:
A suspeita de que a Delta Construções tenha pagado propinas para vencer licitações foi reforçada com a divulgação de áudio em que o dono da construtora, o empresário Fernando Cavendish, fala sobre comprar políticos.
18 de abril:
Carlinhos Cachoeira é transferido do presídio de segurança máxima de Mossoró (RN) para a Papuda, no Distrito Federal.
19 de abril:
Congresso formaliza a criação da CPMI. Setenta e dois senadores e 337 deputados assinaram o requerimento.
25 de abril:
A CPI mista é oficialmente instalada. Eleito com apenas um voto contrário, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) assume a presidência. Já na primeira reunião, os parlamentares aprovaram pedidos de informações ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria Geral da República (PGR), requerendo acesso aos inquéritos das operações da Polícia Federal.
7 de maio:
Começa a funcionar a sala que armazena os dados secretos da CPMI.
8 de maio:
O delegado da PF Raul Alexandre Marques é o primeiro a prestar depoimento à CPI.
22 de maio:
Cachoeira vai depor na CPI e, amparado por habeas corpus, decide ficar calado.
29 de maio:
A CPI quebra os sigilos bancário, fiscal e telefônico das contas nacionais da construtora Delta.
30 de maio:
CPI aprova convocações dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF), mas rejeita a convocação de Sérgio Cabral (PMDB-RJ).
Três das quatro pessoas convocadas para depor nesse dia usam o direito de permanecerem caladas: Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Centro-Oeste; Gleyb Ferreira da Cruz, apontado como laranja do grupo comandado por Cachoeira; e José Olímpio de Queiroga Neto, acusado de ser gerente da organização. O único a falar foi Lenine Araújo de Souza.
31 de maio:
Demóstenes Torres comparece à CPI e prefere se calar.
12 de junho:
O governador Marconi Perillo dá explicações sobre a venda da casa em que Cachoeira foi preso. O depoimento dividiu opiniões dos parlamentares e evidenciou o conflito PT e PSDB.
13 de junho:
CPI ouve Agnelo Queiroz, que se diz ser perseguido por ter barrado a tentativa de entrada do contraventor no Distrito Federal e oferece abertura espontânea de sigilos.
14 de junho:
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) denuncia almoço de parlamentares com Cavendish em Paris e tropa de cheque para blindar ex-dono da Delta.
15 de junho:
O juiz federal Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) defere habeas corpus para soltar Cachoeira, que, no entanto, continua preso por vigorar contra ele mandado de prisão expedido em decorrência da Operação Saint Michel.
18 de junho:
Por 2 votos a 1, a 3ª turma do TRF 1ª região decide que são válidas as gravações telefônicas obtidas na Operação Monte Carlo. No mesmo dia, o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, que cuida do caso Cachoeira e teria sido ameaçado, pede para se afastar do caso.
26 de junho:
O radialista Luiz Carlos Bordoni fez duras críticas a Marconi Perillo (PSDB) e diz ter recebido dinheiro sujo do governador por um “trabalho limpo”.
5 de julho:
Em reunião administrativa, a CPI aprova requerimentos para convocação de seis pessoas: o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish; o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antônio Pagot; o empresário Adir Assad; a ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio; o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, sociedade de economia mista responsável pela manutenção das estradas paulistas; e o prefeito de Palmas, Raul Filho. O PSDB tentou, mas não conseguiu aprovar a oitiva do deputado petista José de Filippi, ex-tesoureiro da campanha de Dilma e que teria pedido a Pagot dinheiro para empreiteiras.
11 de julho:
O projeto de resolução (PRS) 22/12, determinando a cassação do senador Demóstenes Torres, é aprovado pelo Plenário do Senado com a anuência de 56 parlamentares. Outros 19 foram contrários e se registraram cinco abstenções.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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