Senado deve instituir núcleo de reflexão sobre política e cultura

Nelson Oliveira | 06/07/2012, 20h55

A bem-sucedida experiência do Fórum Senado Brasil 2012 levou o secretário especial de Imprensa, embaixador Jeronimo Moscardo, a propor ao presidente do Senado, José Sarney, a criação de um calendário anual de eventos destinados à reflexão sobre assuntos de grande interesse para o país. A ideia é trazer à Casa pensadores e nomes ligados à cultura para fomentar discussões que transcendam o dia a dia.

- Muitos não acreditavam que filosofia atrairia gente ao Senado, mas o auditório do Interlegis esteve lotado em todas as palestras do fórum até agora, num reconhecimento do valor dos conferencistas e do modelo aberto à participação do público. Aqui a palavra é livre, não impomos nenhum filtro – entusiasma-se Moscardo.

Entre 20 de junho e 3 de julho, filósofos e cientistas políticos de diversas correntes trataram  de temas relacionados à política, entre os quais a legitimidade do sistema representativo, as novas formas de democracia direta e o binômio ética e moral. O seminário será encerrado no dia 7 com palestra de Renato Janine Ribeiro sobre a liberdade de expressão.

“Eu não imaginava que discutir democracia pudesse ser tão agradável”, escreveu um participante em resposta a formulário de avaliação apresentado à audiência. Outro participante afirmou que é “fundamental abrir o Senado a uma maior participação popular.”.

O público é formado em grande parte por estudantes, professores e servidores do Senado e de outros órgãos públicos. Os palestrantes são renomados professores de universidades brasileiras e francesas. A vinda destes últimos foi custeada por faculdades particulares que se associaram ao projeto: Upis, Unieuro e UDF.

- A parceria é uma novidade para uma casa legislativa que tem sido muito criticada por causa de gastos – observa Moscardo, ex-ministro da Cultura no governo Itamar Franco (1993).

Ele também procurou resgatar o papel de Sarney como incentivador da cultura, lembrando que a Lei nº 7.505 de 1986, elaborada e promulgada pelo então presidente da República, foi a primeira legislação federal de incentivo fiscal à produção cultural. Batizada como Lei Sarney, complementou processo de criação do Ministério da Cultura, antes vinculado ao Ministério da Educação.

De acordo com Moscardo, Sarney está vivamente interessado em incentivar um tipo de discussão aprofundada, mesmo entendendo que a atividade principal e imediata dos parlamentares é a discussão e a deliberação sobre projetos de lei. O secretário de imprensa argumenta que o Brasil necessita cada vez mais de substância intelectual para orientar decisões estratégicas necessárias a um país que se tornou a 6ª economia do mundo.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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