Sérgio Souza diz que eventos paralelos da Rio+20 tiveram mais sucesso do que os oficiais

Soraya Mendanha | 04/07/2012, 16h55

O senador Sérgio Souza (PMDB-PR) disse, nesta quarta-feira (4), que os eventos paralelos da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, foram os que tiveram mais sucesso. Entre eles, o senador destacou o Rio Clima, evento paralelo organizado pela Subcomissão da Rio+20 da Câmara dos Deputados, em parceria com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). A afirmação foi feita durante reunião da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas (CMMC) destinada a fazer um balanço da Rio+20.

O senador, que é relator da comissão, destacou que o documento oficial, aprovado ao final da Rio+20, não teve a “ousadia necessária” para impor ao mundo medidas que busquem a sustentabilidade, mas foi o resultado do que era possível ser feito dentro do cenário global de instabilidade econômica. De acordo com Sérgio Souza, a falta de metas ousadas no documento não traz nenhum prejuízo.

- Muito mais do que um documento adotando metas é nós fiscalizarmos e fazermos cumprir as que já foram colocadas e que podem ser ampliadas por países independentes ou por grupos de países – ressaltou.

O relator ressaltou também a grande participação popular no evento e apontou a necessidade de mudança dos padrões de consumo e de produção dos países. Ele afirmou que se a população não for educada sobre esses padrões não tem como buscar a sustentabilidade.

De acordo com o presidente da Comissão, deputado Márcio Macedo (PT-SE), a Rio+20 trouxe duas frustrações e um “portal de possibilidades” de implementação de políticas públicas. As duas frustrações são falta de metas objetivas no documento final e a não criação de um fundo para ajudar países emergentes a fazer a transição para o desenvolvimento sustentável.

O ponto alto destacado pelo deputado foi a grande participação da sociedade nos eventos. Ele acredita que a capacidade de mobilização em torno do tema desenvolvimento sustentável e do conceito de economia verde é o maior legado que a Rio+20 pode trazer. O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) disse que a Conferência da ONU deve ser analisada em diferentes níveis e que julgar o fracasso ou o sucesso do evento somente pelo documento final é uma visão reducionista.

- O documento é apenas um dos vários ingredientes para julgar o sucesso ou o fracasso de uma conferência desse tipo – disse.

A Comissão Mista de Mudanças Climáticas aprovou dois requerimentos, um de autoria de Alfredo Sirkis e outro de Márcio Macedo. O primeiro trata da criação de uma subcomissão, no âmbito da CMMC, para acompanhar a COP 18, que será realizada no Qatar, no fim do ano. O segundo cria uma subcomissão para o monitoramento da implementação das medidas adotadas na Rio + 20.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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