Fernando Collor elogia participação popular na Rio+20

Da Redação | 25/06/2012, 15h30

Em discurso no Plenário nesta segunda-feira (25), o senador Fernando Collor (PTB-AL) elogiou a ampla participação da sociedade nas mesas de debate da Rio+20. Segundo o senador, foi a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) com maior participação popular da história.

- A Rio+20 representa a vitória da esperança sobre o derrotismo e da perseverança sobre a inércia. É produto da convicção de homens e mulheres da necessidade de ações imediatas para evitar uma catástrofe iminente que ameaça a própria existência de vida no planeta – declarou.

Collor lamentou a ausência de muitos líderes mundiais na conferência. O senador disse que houve “descaso” de líderes do G7 [grupo que reúne Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão]. Desse grupo, somente o presidente da França, François Hollande, compareceu. Na opinião de Collor, houve um boicote à Rio+20.

- Apesar do boicote, a conferência serviu para confirmar o legado da Eco-92 – disse o senador.

Paralelo

O senador traçou um paralelo entre a Eco-92, também no Rio de Janeiro, e a conferência que se encerrou na última sexta-feira (22). Segundo Collor, o encontro de 1992 foi o último grande evento sobre o meio ambiente do século 20. Sob o mesmo prisma, a Rio+20 foi o primeiro mega-evento do século 21. A Eco-92 consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável, pensado a partir do início da década de 1970. Para Collor, aquele evento foi, assim, um ponto de chegada. Já a Rio+20 foi um ponto de partida, com novas estratégias para a efetiva implementação do desenvolvimento sustentável. Ele destacou os eventos paralelos da Rio+20 e disse que as mudanças climáticas são um tema primordial em qualquer pauta ambiental.

Documento final

Para Fernando Collor, a Rio+20 acertou em evidenciar a erradicação da pobreza como ponto central do documento final, ao colocar o ser humano como foco prioritário do desenvolvimento sustentável. Ele ainda elogiou alguns pontos do documento final.

O documento registra que os países não devem retroceder nos compromissos assumidos desde 1992 e devem estabelecer um fórum político de alto nível para acompanhar o desenvolvimento sustentável. Em outro ponto, o documento pede que a ONU fortaleça seus programas voltados para o meio ambiente.

O senador também elogiou o documento, por propor um reestudo do cálculo do produto interno bruto (PIB), de modo a inserir outras variáveis, dando peso às questões do bem-estar e do meio ambiente. O texto ainda aponta para necessidade de alteração dos atuais padrões de produção e de consumo.

- Foi o acordo possível de obter num momento de crise econômica mundial e de eleições americanas – disse Collor.

Cúpula dos Legisladores

O senador informou que a Cúpula dos Legisladores, evento realizado de forma paralela à Rio+20, decidiu que vai se reunir a cada dois anos, no Rio de Janeiro (RJ), para compartilhar práticas legislativas de controle dos governos nacionais, em relação às questões do meio ambiente.

A cúpula foi presidida pelo senador Cícero Lucena (PSDB-PB) e teve o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) como relator. Collor lembrou que foi a partir de um requerimento do Senado, de sua autoria, que surgiu a ideia de realizar a Rio+20, como forma de marcar duas décadas da Eco-92.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) elogiou o pronunciamento do colega e disse que foi a análise sobre a Rio+20 mais equilibrada que ouviu. Cristovam também sugeriu a continuidade dos trabalhos da Subcomissão de Acompanhamento da Rio+20, no âmbito da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), cujo presidente é Fernando Collor. De acordo com Cristovam Buarque, vale a pena manter um grupo para pensar o legado da Rio+20.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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